Quatro anos após uma controvérsia eleitoral que culminou na invasão do Capitólio, Donald John Trump, aos 78 anos, é eleito presidente dos Estados Unidos, tornando-se o mais velho a assumir o cargo. De acordo com a Folha de S. Paulo, Trump venceu oficialmente nesta quarta-feira com 276 votos no Colégio Eleitoral, marcando não apenas seu retorno à Casa Branca, mas também uma guinada à direita na política americana.
Trump descreveu o resultado como “um mandato sem precedentes” em seu discurso na Flórida, durante a contagem de votos. Ele conquistou uma virada significativa ao vencer também no voto popular, com 68 milhões de votos, superando os 62,9 milhões de Kamala Harris, a candidata do Partido Democrata. Esta vitória marca a primeira vez desde 2004 que um republicano conquista a maioria do voto popular.
Em um cenário polarizado, Trump expandiu seu apoio entre eleitores negros e latinos, especialmente na Flórida, onde o condado de Miami-Dade votou nos republicanos pela primeira vez. Mesmo em Nova York, tradicional reduto democrata, Trump mostrou avanços. Seu retorno foi fortalecido pela recuperação do controle do Senado pelos republicanos, que garantiram 51 das 100 cadeiras, um golpe para os democratas.
Sua vitória é histórica, especialmente após o ataque ao Capitólio em 2021 e os processos judiciais que enfrentou, incluindo acusações criminais. Apesar das controvérsias, sua resiliência política o equipara a Grover Cleveland, o único presidente dos EUA a governar em dois mandatos não consecutivos. Trump será lembrado como o 45º e o 47º presidente dos Estados Unidos.
O retorno de Trump inicia uma era de incertezas e possíveis conflitos, tanto internos quanto externos. Durante seu primeiro mandato, Trump teve uma equipe que moderava suas políticas mais controversas. Agora, ele volta à Casa Branca com uma equipe leal e alinhada com sua visão.
Em sua campanha, Trump prometeu políticas anti-imigração e cortes de impostos, visando a maior deportação em massa da história dos EUA e benefícios fiscais. Ele focou na insatisfação econômica dos americanos, fortalecendo seu apoio entre eleitores moderados e da classe média.
Globalmente, Trump criticou a administração Biden e prometeu buscar um cessar-fogo antes mesmo de assumir oficialmente. Suas declarações geraram preocupações na Europa, especialmente sobre o compromisso dos EUA com a Otan.
Sua reeleição marca uma virada sem precedentes nos EUA, refletindo divisões políticas e sociais profundas, preparando o palco para novos desafios e uma política externa mais isolacionista.