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CCJ aprova projeto que pode liberar crimes de ódio como racismo e LGBTfobia em templos religiosos

CCJ aprova texto que pode isentar crimes de ódio cometidos em locais religiosos de punição

CCJ aprova texto que pode isentar crimes de ódio cometidos em locais religiosos de punição

Um projeto de lei aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (data) gerou forte debate e preocupação entre parlamentares e ativistas. A proposta, que agora segue para análise do plenário da Casa, prevê que manifestações de crença, sermões e pregações em templos religiosos, mesmo que divulgados por meios de comunicação, fiquem imunes a punições por crimes de ódio, como racismo e LGBTfobia.

A aprovação do projeto contou com o apoio da oposição e de parte do Centrão, enquanto partidos de esquerda e representantes do governo se manifestaram contrariamente à matéria. O texto, relatado pelo deputado Marco Feliciano, altera a lei do racismo e busca blindar religiosos de punições por declarações consideradas preconceituosas.

A medida, conforme informações divulgadas, adiciona um novo trecho ao artigo que trata da punição a quem pratica, induz ou incita discriminação ou preconceito. O novo dispositivo estabelece que qualquer atividade de caráter religioso ou litúrgico, incluindo transmissões pela internet, estaria protegida de sanções legais.

Proteção à liberdade religiosa em debate

O relator do projeto, Marco Feliciano, argumentou em seu parecer que a Constituição Federal assegura a liberdade de consciência e de crença, além da proteção aos locais de culto. Segundo ele, o direito fundamental é violado quando há zombaria pública da fé ou impedimento de cerimônias religiosas, e o aumento da pena para quem comete ultraje a culto visa coibir a intolerância religiosa.

A proposta também prevê um aumento na pena para crimes de ultraje a culto, vilipêndio ou impedimento de cerimônia religiosa. Atualmente, a pena é de detenção de um mês a um ano, ou multa. A proposição eleva para reclusão de dois a quatro anos, além de multa, buscando, segundo seus defensores, garantir proteção efetiva aos fiéis.

Preocupação com brechas para o preconceito

Por outro lado, parlamentares governistas expressaram preocupação com a possibilidade de a proposta criar uma brecha legal. Segundo eles, discursos preconceituosos poderiam ser mascarados como pregações religiosas, ficando assim sem responsabilização legal pelas falas discriminatórias.

A aprovação na CCJ, impulsionada pela união da oposição com legendas de centro, representa um avanço significativo para a proposta, que agora necessita da aprovação do plenário da Câmara para continuar sua tramitação no Congresso Nacional. A discussão sobre os limites da liberdade religiosa e a proteção contra crimes de ódio promete continuar intensa.

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