
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou a aliados que pretende se reunir pessoalmente com Vladimir Putin e, em seguida, com Volodymyr Zelensky, segundo o New York Times. As reuniões, previstas para a próxima semana, ocorrem às vésperas do fim do ultimato dado por Trump à Rússia para encerrar a guerra na Ucrânia, sob pena de enfrentar tarifas de 100% sobre suas exportações e sanções estendidas a países parceiros como China e Índia.
Nesta quarta-feira (6), o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, esteve reunido com o presidente russo no Kremlin. O encontro durou cerca de três horas e foi descrito como “altamente produtivo” por Trump e “útil e construtivo” por Moscou. Após a reunião, o republicano publicou em sua rede Truth Social que houve “grandes avanços” e que os próximos dias serão decisivos.
O assessor de Putin, Yury Ushakov, afirmou que houve uma troca de “sinais” entre os dois governos, indicando abertura para negociação, embora nenhum detalhe sobre cessar-fogo tenha sido confirmado. O CEO do Fundo Russo de Investimento, Kirill Dmitriev, também presente no encontro, declarou que “o diálogo vai prevalecer”, sinalizando que o Kremlin busca adiar as sanções previstas para sexta-feira (8).
Em ligação telefônica, Trump informou Zelensky sobre o conteúdo da reunião com Putin. Segundo o ucraniano, os aliados europeus foram atualizados e estão alinhados com a ideia de que a guerra precisa acabar. Ele reforçou que “a pressão sobre a Rússia está funcionando” e cobrou o reforço das sanções por parte do G7, dos Estados Unidos e da União Europeia.

Apesar dos sinais de negociação, os combates continuam. Na madrugada de quarta, bombardeios na região de Zaporizhzhia deixaram ao menos dois mortos e dez feridos. A Rússia afirmou ter interceptado 51 drones ucranianos na mesma noite. Segundo levantamento da AFP, julho registrou um recorde de 6.297 drones russos lançados contra a Ucrânia.
Paralelamente, Suécia, Dinamarca e Noruega anunciaram um pacote de ajuda militar de US$ 500 milhões, incluindo sistemas de defesa aérea e armas antitanque. A iniciativa integra um esforço coordenado com os EUA e a Otan para conter os avanços da Rússia. Trump também incentivou aliados europeus e o Canadá a comprarem sistemas de defesa Patriot.
Desde a semana passada, as tensões entre Moscou e Washington aumentaram após o envio de dois submarinos nucleares pelos EUA em resposta à ameaça do ex-presidente russo Dmitri Medvedev, que mencionou o uso do sistema nuclear “Mão Morta”. O Kremlin classificou as novas sanções americanas como “ilegítimas”.
Putin declarou que está aberto à paz, mas mantém exigências consideradas inaceitáveis por Kiev, como a cessão de quatro regiões ucranianas e a renúncia à adesão à Otan. Trump, por sua vez, reiterou que sua prioridade é alcançar um acordo rápido e evitar mais mortes, enquanto aguarda os desdobramentos da reunião para decidir se aplicará as sanções previstas para o dia 8.