POLÍTICA

The Economist critica sanção dos EUA a Moraes: ataque sem precedentes ao Judiciário

Matéria da Economist criticando ataque de Trump a Moraes

A revista britânica The Economist publicou nesta quinta-feira (31) um editorial em que classifica como “sem precedentes” a decisão do presidente Donald Trump de aplicar sanções contra Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida, baseada na Lei Global Magnitsky, foi considerada pela publicação como algo “nunca antes visto” contra um juiz atuando em uma democracia funcional.

Segundo a revista, a legislação americana costuma ser usada contra “generais genocidas de Mianmar e autoridades russas que assassinaram dissidentes políticos”, e afirma que “Moraes não fez nada parecido”. O texto destaca que o ministro lidera investigações contra Jair Bolsonaro, incluindo o caso de tentativa de golpe — processo que Trump tem classificado como perseguição política.

O editorial também cita o contexto mais amplo da medida: além do bloqueio financeiro, o governo dos Estados Unidos revogou os vistos de ministros do STF e aliados de Moraes. No decreto tarifário que impôs 50% sobre produtos brasileiros, Trump alega que houve “intimidação, assédio, censura e processo politicamente motivado” contra Bolsonaro.

A Economist contextualiza ainda o inquérito das fake news, comandado por Moraes desde 2019, e reconhece que, embora concentre poderes no STF, ele está dentro da legalidade brasileira. A revista critica a tentativa de aliados de Bolsonaro de reescrever os eventos do 8 de janeiro de 2023, afirmando que “qualquer busca superficial mostra que foi uma orgia de vandalismo”. Cita também atos violentos atribuídos a bolsonaristas, como incêndios em Brasília e um plano de atentado contra Lula e o próprio Moraes.

Ao final, a publicação questiona se Trump, o secretário de Estado Marco Rubio e o secretário do Tesouro Scott Bessent conseguirão intimidar o magistrado. “Moraes, acostumado a receber ameaças de morte, é difícil de intimidar”, afirma o editorial, lembrando que, no dia em que foi sancionado, o ministro foi ao estádio assistir ao jogo de seu time em São Paulo.

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