POLÍTICA

Quem são e o que fez cada um dos 14 bolsonaristas denunciados por motim na Câmara

Hugo Motta cercado por bolsonaristas durante motim. Foto: Wilton Junior/Estadão

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), encaminhou à Corregedoria Parlamentar representação contra 14 deputados bolsonaristas envolvidos no motim que paralisou os trabalhos da Casa por 30 horas na última semana. O protesto, que bloqueou o plenário em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pode resultar em suspensões de mandato de até seis meses para alguns parlamentares.

Entre os nomes mais visados estão Marcos Pollon (PL-MS), Zé Trovão (PL-SC), Júlia Zanatta (PL-SC) e Marcel van Hattem (Novo-RS), que, segundo o Estadão, enfrentam risco concreto de suspensão. A deputada Camila Jara (PT-MS), acusada pelo colega Nikolas Ferreira (PL-MG) de agressão durante a confusão, alegação que ela nega, também pode ser punida. Os demais parlamentares envolvidos devem receber advertências formais.

Veja o mote de cada denúncia: 

Allan Garcês (PP-MA)
– Bloqueou fisicamente o acesso à Mesa Diretora
– Participou ativamente da coordenação da ocupação
– Impediu a instalação de sessões plenárias

Bia Kicis (PL-DF)
– Liderou grupo de deputados na ocupação
– Desafiou abertamente as ordens regimentais
– Justificou: “Não existem precedentes para punição de ocupação”

Carlos Jordy (PL-RJ)
– Coordenou a estratégia de resistência física
Fez discursos inflamados durante a ocupação
– Declarou: “Estou disposto a pagar o preço por lutar contra a tirania”

Júlia Zanatta (PL-SC)
– Levou filha bebê ao local do protesto
– Foi acusada de usá-la como “escudo humano”
– Justificou que precisava amamentar

Carol de Toni (PL-SC)
– Participou da barreira humana na Mesa
– Ajudou a impedir o acesso de servidores
– Manteve-se no local durante toda a ocupação

Domingos Sávio (PL-MG)
– Organizou o esquema de revezamento dos ocupantes
– Fez intervenções para prolongar o protesto
– Coordenou a comunicação com apoiadores externos

Luciano Zucco (PL-RS)
– Líder da oposição na articulação do protesto
– Classificou a ação como “defesa da liberdade”
– Afirmou que a oposição está sendo “criminalizada”

Paulo Bilynskyj (PL-SP)
– Participou da ocupação forçada
Agrediu o jornalista Guga Noblat
– Prometeu continuar com protestos

Guga Noblat sendo agarrado pelo pescoço por Paulo Bilynskyj. Foto: reprodução

Marcel Van Hattem (Novo-RS)
– Sentou-se na cadeira da presidência
– Recusou-se a ceder o lugar
– Seu partido alegou “perseguição política”

Marco Feliciano (PL-SP)
– Fez discursos religiosos durante o protesto
– Ameaçou permanecer “pelo tempo que fosse necessário”
– Disse estar “disposto a pagar o preço”

Sóstenes Cavalcante (PL-RJ)
– Argumentou sobre legalidade do protesto
– Questionou bases regimentais para punição
– Pediu “equilíbrio” na análise do caso

Zé Trovão (PL-SC)
– Bloqueou fisicamente a escada de acesso
– Usou o próprio corpo como barreira
– Impediu especificamente a subida de Motta

Marcos Pollon (PL-MS)
– Sentou-se na cadeira da presidência
– Ofendeu Motta em ato anterior
– Alegou depois não ter entendido a situação devido a autismo

Nikolas Ferreira (PL-MG)
– Desafiou ordem de desocupação
– Segurou fisicamente a cadeira da presidência
– Foi acusado de simular agressão (segundo PT)

Camila Jara (PT-MS)
– Envolvida em incidente com Nikolas Ferreira
Acusada de agressão (que nega)
Segundo PT, apenas se defendia no tumulto

O PL, partido com maior número de representados na lista, emitiu nota de solidariedade aos deputados, classificando o protesto como “pacífico e legítimo”. Já o Novo, partido de Van Hattem, afirmou que “obstrução parlamentar é instrumento legítimo”, lembrando que a esquerda usou táticas similares no passado sem punição.

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