
Após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que impôs prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o governo dos Estados Unidos, sob Donald Trump, iniciou discussões para aplicar sanções à esposa do magistrado, a advogada Viviane Barci de Moraes. A medida faz parte de um pacote de retaliações em avaliação pela Casa Branca.
Segundo a coluna de Paulo Cappelli no Metrópoles, Trump também avalia a ampliação do tarifaço ao Brasil, sanções com base na Lei Magnitsky a outros integrantes do STF e a suspensão de vistos de juízes auxiliares da Corte, membros da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República e políticos com vínculos diretos com o Supremo.
As possíveis sanções à esposa de Moraes são, até o momento, o ponto mais concreto da ofensiva. Viviane pode ser diretamente impactada por uma eventual inclusão nas sanções, o que prejudicaria seu escritório de advocacia ao proibir contratos com empresas e cidadãos americanos ou qualquer parceiro comercial com vínculos nos Estados Unidos.
A Casa Branca enxerga essa ação como uma extensão lógica das punições aplicadas anteriormente ao próprio Moraes.

A ideia de um novo tarifaço ao Brasil também está na mesa, mas encontra resistência entre bolsonaristas. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o comentarista Paulo Figueiredo, que participam das negociações em Washington, tentam evitar a adoção de tarifas mais severas, temendo consequências econômicas que prejudiquem o próprio campo político aliado a Trump no Brasil.
Ambos também trabalham para evitar que mais ministros do STF sejam punidos pela Lei Magnitsky neste momento. A estratégia defendida por Eduardo e Figueiredo é aguardar o desfecho da ação penal contra Bolsonaro: se houver condenação, eles consideram que novas sanções ganham justificativa mais forte e podem ser usadas como instrumento de pressão.
Apesar das articulações, fontes da própria Casa Branca afirmam que Trump pode decidir sozinho pela imposição de novas medidas, inclusive de forma inesperada.