Na segunda-feira (4), Gleisi Hoffmann, deputada federal e presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), destacou a responsabilidade de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), diante da significativa alta do dólar em relação ao real. Na sexta-feira passada (1), a moeda disparou atingindo R$ 5,86, impulsionada principalmente pela especulação do mercado financeiro sobre os gastos públicos no Brasil. No entanto, na segunda-feira (4), o anúncio do possível corte de despesas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, resultou em uma queda do dólar para R$ 5,78.
Gleisi apontou que o presidente do BC é responsável por não utilizar um método tradicional da autoridade monetária para conter a alta da moeda diante da especulação, que seria a venda de dólares de suas reservas cambiais. Essa prática foi adotada por Campos Neto em várias ocasiões durante o governo Bolsonaro para evitar a supervalorização do dólar – algo que não tem sido observado no governo Lula.
Economistas como Paulo Kliass destacaram que o aumento do dólar não está diretamente ligado às declarações de Lula, mas sim à postura do presidente do BC e agentes do sistema financeiro. Kliass ressaltou que a independência do BC, estabelecida em 2021, foi um fator crucial nesse cenário, com diretores indicados pela gestão Bolsonaro agindo de forma a sabotar a política monetária e cambial do governo atual.
Nesse contexto, o BC e o sistema financeiro têm pressionado o governo com especulações, levando à alta do dólar. Essa situação, caracterizada como uma chantagem com características do bolsonarismo em cooperação com setores financeiros, gera incertezas e desafios para as medidas econômicas do governo.