Apesar da articulação da oposição para obstruir os trabalhos no Congresso Nacional, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), convocou sessão para esta terça-feira (6), às 20h30. A medida ocorre mesmo diante da ocupação física da Mesa Diretora da Câmara por deputados bolsonaristas, que protestam contra a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL).
Antes da convocação, Motta se reuniu com líderes partidários para discutir possíveis alternativas frente às manifestações da oposição. A sessão está prevista para ocorrer no plenário Ulysses Guimarães, que permanece ocupado desde terça-feira (5) por parlamentares aliados do ex-chefe do governo.
Protesto bolsonarista ocupa Câmara e Senado
O protesto liderado por deputados bolsonaristas é uma resposta à decisão judicial que determinou a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro. Além de defender o ex-presidente, a oposição também pressiona por temas de sua agenda política. Entre os principais pontos estão:
- Anistia a condenados dos atos de 8 de janeiro;
- Impeachment do ministro Alexandre de Moraes;
- Revogação das sanções contra o senador Marcos do Val;
- Fim do foro privilegiado.
Deputados do PL, Republicanos e Novo ocuparam a Mesa Diretora da Câmara com esparadrapos na boca, denunciando o que chamam de “ditadura” do Judiciário. Entre os nomes que participaram da manifestação estão:
- Zucco (PL-RS),
- Marco Feliciano (PL-SP),
- Marcel van Hattem (Novo-RS),
- Rodolfo Nogueira (PL-MS),
- Caroline de Toni (PL-SC),
- Cabo Gilberto Silva (PL-PB), entre outros.
URGENTE! A Câmara de Deputados realizará sessão presencial hoje às 20h30. Todos os líderes foram firmes na necessidade de retomada dos trabalhos, quem resistir fisicamente na tentativa de impedir que Hugo Motta inicie a sessão, terá o mandato suspenso e será levado ao conselho de… pic.twitter.com/v530gjMoH5
— Lindbergh Farias (@lindberghfarias) August 6, 2025
Senadores bolsonaristas também ocupam a Mesa
No Senado Federal, parlamentares bolsonaristas seguiram a mesma estratégia. Ocupando a Mesa Diretora, eles interromperam os trabalhos da Casa. Participaram da ação:
- Jaime Bagattoli (PL-MT),
- Jorge Seif (PL-SC),
- Izalci Lucas (PL-DF),
- Damares Alves (Republicanos-DF),
- Eduardo Girão (Novo-CE),
- Magno Malta (PL-ES), que chegou a ocupar a cadeira do presidente Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
“A mobilização é uma resposta à escalada de abusos e perseguições políticas. Não vamos nos calar”, escreveu o senador Capixaba.
Oposição pressiona por mudanças na pauta do Congresso
Durante entrevista coletiva, o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), reconheceu que a medida é “radical”, mas afirmou que ela é necessária para abrir diálogo com a presidência da Casa. O objetivo é garantir a inclusão de pautas de interesse do grupo nas próximas votações.
As demandas da oposição no Congresso Nacional incluem:
- Anistia;
- Impeachment de Alexandre de Moraes;
- Fim do foro privilegiado;
- Revisão das sanções aplicadas ao senador Marcos do Val (Podemos-ES).
Reação de Davi Alcolumbre
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, criticou a ocupação das mesas legislativas, classificando a atitude como “exercício arbitrário” e “alheia aos princípios democráticos”. Ele convocou uma reunião de líderes para restaurar o diálogo institucional e retomar os trabalhos legislativos.
“O Parlamento tem obrigações com o país na apreciação de matérias essenciais ao povo brasileiro”, iniciou Alcolumbre.
“Faço, portanto, um chamado à serenidade e ao espírito de cooperação. Precisamos retomar os trabalhos com respeito, civilidade e diálogo, para que o Congresso siga cumprindo sua missão em favor do Brasil e da nossa população”.
