POLÍTICA

Bolsonaro escondia dólares até na gaveta de cuecas, diz PF

Jair Bolsonaro em entrevista à Reuters. Foto: reprodução

A Polícia Federal encontrou US$ 14 mil (aproximadamente R$ 69 mil) e R$ 8 mil em espécie durante a busca realizada na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta sexta-feira (18). Segundo relatos dos agentes obtidos por Juliana Dal Piva, do ICL, parte do dinheiro estava guardada no escritório da casa, enquanto outra porção foi encontrada em uma gaveta de cuecas no quarto do ex-mandatário.

Questionado sobre os valores, Bolsonaro afirmou a jornalistas: “Sempre guardei dólar em casa, pô”, apresentando comprovantes de saques bancários como justificativa.

Dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revelam que o ex-presidente recebeu R$ 17,2 milhões via Pix entre janeiro e julho de 2023, provenientes de doações de apoiadores para pagamento de multas eleitorais.

A operação, que começou por volta das 7h da manhã, foi marcada por momentos de tensão. De acordo com agentes federais, Bolsonaro ainda dormia quando a equipe chegou e demonstrou nervosismo ao ser acordado, assim como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

“Eles se mostraram exaltados, afirmando que a operação não era justa”, relatou um dos policiais, embora tenham cooperado com os procedimentos.

Bolsonaro sendo levado para por tornozeleira eletrônica. Foto: reprodução

Além do dinheiro, os investigadores apreenderam um pendrive encontrado no banheiro do casal. Bolsonaro declarou desconhecer tanto o dispositivo quanto seu conteúdo, que agora será submetido à análise pericial. A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como parte das investigações sobre suposta tentativa de golpe em 2022.

Em decisão de 47 páginas, Moraes impôs ao ex-presidente medidas cautelares rigorosas, incluindo o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e aos finais de semana, proibição de contato com autoridades estrangeiras e outros investigados, além da suspensão do acesso às redes sociais.

O ministro fundamentou sua decisão citando publicações de Bolsonaro e de seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), como evidências de suposta “extorsão contra a Justiça brasileira”.

As postagens indicariam tentativas de vincular a suspensão das tarifas comerciais impostas por Donald Trump aos EUA a uma eventual anistia no Brasil, além de lobby por sanções contra autoridades brasileiras em território estadunidense.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo