POLÍTICA

O fascista argentino não ajuda os fascistas brasileiros. Por Moisés Mendes

O presidente da Argentina, Javier Milei, durante carreata. Foto: Agustin Marcarian/Reuters

Na Argentina, o fascismo no poder perdeu o controle da situação e caminha para o abismo como sócio do crime organizado que manipula moedas digitais.

No Brasil, o fascismo fora do poder tenta reassumir o controle da situação com a ajuda da velha direita e do crime organizado.

Nessa sexta-feira, Javier Milei disse em discurso que as gravações vazadas, com conversas em que um ex-amigo dele, Diego Spagnuolo, acusa a irmã, Karina Milei, de receber propina, foi produzida por inteligência artificial.

Os argentinos vinham acreditando nesse tipo de enrolação, assim como acreditavam aqui no que Bolsonaro dizia. Mas parece que não acreditam mais.

Presidente argentino, Javier Milei, e sua irmã Karina Milei. Foto: Gustavo Garello/ AP Photo

Essa semana, o governo teve de interferir no mercado e vender mais de US$ 1 bilhão das reservas do país, para conter a cotação do dólar, acima de 1.500 pesos. O dólar dá sempre o principal sinal de que algo vai acontecer na Argentina.

E os argentinos estão dizendo que, ao não confiarem na moeda nacional e buscarem proteção na moeda americana, não confiam no governo.

Vou fazer uma previsão, considerando o contexto da crise argentina hoje, a perspectiva de derrota da extrema direita nas eleições parlamentares de outubro, o fortalecimento do peronismo, a reação do Congresso e o fato de que os argentinos não saem das ruas: Milei sobrevive durante a primavera, mas pode ser derrubado no verão.

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