POLÍTICA

“Viver tá imperdível”: Quem era a pesquisadora brasileira morta atropelada em Portugal

A pesquisadora brasileira Flávia Vasconcelos de Mello. Foto: Divulgação

A pesquisadora brasileira Flávia Vasconcelos de Mello, de 36 anos, morreu atropelada em Lisboa, Portugal, na última quinta-feira (25), enquanto atravessava uma faixa de pedestres na rua Snu Abecassis, no bairro do Lumiar. O acidente mobilizou moradores da região, incluindo dois médicos que tentaram reanimá-la, mas sem sucesso. O motorista permaneceu no local e, segundo testemunhas, estava “devastado” e chorava compulsivamente.

Flávia nasceu no Rio de Janeiro e construiu toda sua trajetória acadêmica na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde se formou em Ciências Biológicas e concluiu mestrado e doutorado em Ecologia.

Em Portugal, realizava um pós-doutorado no Instituto Português do Mar e da Atmosfera, pelo Centro de Ciências do Mar e do Meio Ambiente (Mare), voltado a pesquisas em ecologia marinha. O instituto destacou em nota sua “dedicação, competência e espírito colaborativo”, ressaltando que ela será sempre lembrada por colegas e estudantes.

Especialista em ecologia marinha, Flávia atuava em pesquisas sobre contaminantes ambientais e impactos da poluição em ecossistemas aquáticos. Seu trabalho já havia rendido reconhecimento no Brasil, como o prêmio Bolsista Nota 10 da Faperj, em 2017, por um estudo sobre poluentes em aves marinhas da Antártida. Além de cientista respeitada, era lembrada por colegas como uma pessoa de “energia contagiante, alegria de viver e humor inconfundível”.

Nas redes sociais, Flávia dividia registros de sua rotina entre a ciência e viagens pelo mundo. Com quase 10 mil seguidores, se descrevia como uma “desbravadora de paraísos” e contabilizava passagens por mais de 50 países. Em uma de suas últimas postagens, publicada poucos dias antes do acidente, escreveu: “Viver tá imperdível”.

 

Ela morava em Lisboa com o namorado, o brasileiro Yago Bezerra, que prestou homenagem nas redes sociais. “Desculpe as palavras, mas eu estou sem chão, sem entender. Você nunca mereceria isso. Quero lembrar de você assim, feliz e sorridente”, escreveu. “Flávia, muito obrigado por cada segundo que vivi com você, você me ensinou tudo. Só esqueceu de me ensinar a ficar sem você”.

 

A família organizou uma campanha online para custear o traslado do corpo ao Brasil e arrecadou mais de R$ 120 mil em poucos dias, valor que também ajudará nas passagens dos pais e irmãs para acompanhar os trâmites em Portugal. O velório deve ser realizado no Rio de Janeiro, em data ainda a ser confirmada.

No último sábado (27), Flávia foi homenageada no Maracanã antes da partida entre Fluminense e Botafogo. Sua foto foi exibida no telão do estádio. A irmã da pesquisadora compartilhou o registro e agradeceu às manifestações de carinho recebidas após a tragédia.

Flávia Vasconcelos foi destaque durante o intervalo da partida do Fluminense. Foto: Reprodução

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