POLÍTICA

VÍDEO – Tarcísio se irrita com pergunta sobre PCC e bebidas falsificadas

Tarcísio de Freitas em entrevista coletiva. Foto: reprodução

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), demonstrou irritação ao afirmar que não há evidências de que o crime organizado participe das adulterações de bebida que causaram intoxicação e mortes por metanol no estado. A declaração foi dada durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (30), em resposta a questionamentos sobre possível envolvimento do Primeiro Comando da Capital (PCC) nos casos. O governo estadual confirmou 22 casos de intoxicação, sendo cinco confirmados e 17 ainda sob investigação.

“Não há evidência de que haja crime organizado nisso”, afirmou o governador, acrescentando que os inquéritos em andamento já identificaram suspeitos sem ligação com facções criminosas. Segundo Tarcísio, algumas das destilarias clandestinas identificadas não mantêm relação entre si, indicando que se trataria de operações independentes.

“Tem esse negócio em São Paulo, tudo que acontece é o PCC. Tem se especulado sobre a participação do crime organizado nessa adulteração de bebida. Só para deixar claro, não há evidência nenhuma da participação de crime organizado nisso. Os inquéritos que estão abertos e que estão chegando a pessoas que estão trabalhando com adulteração nessas destilarias clandestinas são pessoas que não têm relação com o crime organizado, são pessoas que fraudam rotineiramente bebidas”, detalhou o governador.

O governo estadual anunciou medidas para conter o avanço dos casos, incluindo a interdição cautelar de todos os estabelecimentos onde houve consumo das bebidas adulteradas. Também foi criado um canal de denúncia específico para casos de adulteração de bebidas, disponível no site do Procon-SP. Nas contas da gestão Tarcísio, das cinco mortes relacionadas ao caso, uma foi confirmada na capital e outras quatro permanecem em investigação, sem detalhamento das cidades envolvidas.

Os números divulgados pelo governo estadual diferem parcialmente das informações federais. Na segunda-feira (29), o Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo havia confirmado dois óbitos, enquanto o governo federal acrescentou mais uma, totalizando três mortes confirmadas até então.

As vítimas com intoxicação confirmada são três homens, de 38, 45 e 48 anos. O governo federal detalhou seis casos confirmados na cidade de São Paulo e outros dez em investigação em quatro municípios: cinco na capital, dois em São Bernardo do Campo, um em Limeira, um em Itapecerica da Serra e um com local de ingestão não informado, sendo tratado em Campinas. Um caso analisado na capital paulista foi descartado.

A Polícia Federal abriu inquérito para investigar os casos, que podem ultrapassar as fronteiras do estado de São Paulo. “Foi aberto inquérito na Polícia Federal para verificar a procedência dessa droga e a rede possível de distribuição”, disse o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, em coletiva de imprensa em Brasília.

O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, manteve cautela sobre o possível envolvimento de organizações criminosas: “A investigação dirá se tem conexões com o crime organizado”. A apuração foi instaurada na segunda-feira e, segundo a PF, ainda não se sabe se as bebidas adulteradas podem ter origem em adulteração importada.

O rastreamento de possíveis novos casos será feito em parceria com o Ministério da Saúde. “Vamos reforçar com uma nota técnica específica em relação à intoxicação com metanol, [para] a definição de casos suspeitos para as vigilâncias locais, secretarias municipais e estaduais de todo o país: quando deve suspeitar de uma intoxicação de metanol, quais são os sinais, sintomas clínicos”, afirmou o ministro Alexandre Padilha.

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