POLÍTICA

VÍDEO – Porta-voz de Trump diz que Moraes é “juiz ativista” para justificar sanções

Tommy Pigott, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA. Foto: reprodução

O governo dos Estados Unidos voltou a se pronunciar nesta quinta-feira (31) sobre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sancionado recentemente sob a Lei Magnitsky. Durante coletiva de imprensa, o porta-voz do Departamento de Estado estadunidense, Tommy Pigott, acusou o magistrado brasileiro de “abuso de autoridade” e o classificou como “juiz ativista”, elevando o tom da crise diplomática entre Brasília e Washington.

“Moraes é um juiz ativista, que abusou de sua autoridade, se engajando em esforço politicamente motivado, projetado para silenciar os críticos políticos, através da emissão de ordens secretas para plataformas online, incluindo empresas de mídia social dos EUA”, afirmou Pigott, em declaração oficial.

O nome de Moraes foi o primeiro a ser citado na coletiva. Segundo o governo Trump, suas decisões judiciais afetaram cidadãos e companhias estadunidenses, o que justificaria a retaliação.

A medida foi articulada nos bastidores por figuras ligadas ao bolsonarismo, entre elas o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atualmente licenciado do mandato e radicado no Texas. Desde o início do ano, ele tem atuado para convencer aliados de Donald Trump a adotarem medidas punitivas contra membros do Judiciário brasileiro, especialmente Moraes, relator dos inquéritos que investigam Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado e ataques às instituições democráticas.

As sanções da Lei Magnitsky têm impacto direto sobre os alvos, que passam a ter bens bloqueados nos Estados Unidos, além de restrições financeiras e comerciais. Também ficam impedidos de manter relações contratuais com empresas estadunidenses e podem ter seus vistos revogados.

Ainda não está confirmado se outras autoridades brasileiras serão incluídas na lista de sanções. Questionado sobre a possibilidade, o porta-voz Tommy Pigott declarou apenas que “a retaliação contra Moraes deve ser levada a sério”.

A aplicação da lei, originalmente criada para punir violadores de direitos humanos em regimes autoritários, tem sido duramente criticada por autoridades brasileiras. A diplomacia do Brasil considera a decisão uma afronta à soberania nacional e avalia que a medida representa um precedente perigoso de interferência nos assuntos internos de um país democrático.

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