
O chanceler da China, Wang Yi, afirmou ao assessor especial da Presidência brasileira, Celso Amorim, que Pequim está disposta a aprofundar a cooperação com o Brasil e fortalecer a coordenação bilateral. Durante uma conversa telefônica, Wang destacou que a China se opõe firmemente a qualquer interferência externa nos assuntos internos do Brasil, defendendo sua soberania e dignidade. Segundo ele, o país asiático apoia o direito do Brasil ao desenvolvimento, bem como sua resistência a práticas discriminatórias, como a imposição de tarifas abusivas.
O diplomata chinês também expressou o interesse de ampliar a parceria estratégica entre os dois países, especialmente frente aos desafios comerciais impostos pelos Estados Unidos. Amorim, por sua vez, reiterou o compromisso do governo brasileiro com o fortalecimento das relações bilaterais, destacando áreas prioritárias como comércio, finanças e política externa. Ele também reafirmou o empenho do Brasil em reforçar o BRICS e impulsionar a união dos países do Sul Global.
Wang Yi observou que os governos de Lula e Xi Jinping compartilham uma visão comum de mundo, baseada na multipolaridade, no respeito ao direito internacional e na promoção da justiça global. Ressaltou ainda que China e Brasil, como principais economias em desenvolvimento de seus continentes, mantêm uma relação de apoio mútuo e alinhamento em questões relevantes para o Sul Global.
Outro ponto discutido na ligação foi a guerra na Ucrânia. A China propôs que Brasil e China intensifiquem o diálogo e colaborem na construção de um consenso entre os países do Sul, com vistas a promover um cessar-fogo e retomar as negociações de paz. Wang sugeriu que essa iniciativa seja articulada por meio do “Grupo de Amigos pela Paz”, visando alcançar uma solução política duradoura para o conflito.