
Os deputados bolsonaristas resolveram transformar o plenário da Câmara dos Deputados em palco de encenação nesta terça-feira (5). Em protesto contra a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL), parlamentares da oposição cobriram a boca com esparadrapo, alegando censura por parte do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Entre os destaques da cena estava o deputado Hélio Negão (PL-RJ), que, de forma caricata, usou a mímica para se comunicar com os colegas. A cena chamou atenção nas galerias e nas redes sociais, onde muitos se perguntaram se a performance indicava uma nova fase da militância bolsonarista — mais performática do que legislativa.
“Eu não entendo muito de linguagem de sinais bolsonarista, mas parece que vem acampamento por aí. Só falta o colchão inflável no Salão Verde”, ironizou um observador presente à sessão.
Eu não entendo muito de linguagem de sinais patriótica, mas acho que vai ter acampamento dentro do Congresso.
É inacreditável o que os parlamentags bolsonaristas fazem para não trabalhar. pic.twitter.com/ZEieIZcZ4y
— Allan dos Panos (@allandospanos) August 5, 2025
A ação teatral foi acompanhada de uma tentativa de obstrução dos trabalhos parlamentares. Lideranças como Rogério Marinho (PL-RN) prometeram barrar votações e pressionar o Senado a pautar o impeachment de Moraes.
Apesar do tom dramático e do uso de adereços de farmácia, a movimentação pouco tratou de projetos concretos. Enquanto o Brasil enfrenta debates importantes — como reforma tributária, situação climática e crise habitacional — essa chusma se dedica a encenações, mímicas e protestos performáticos.
A prisão domiciliar de Bolsonaro foi determinada na véspera por Alexandre de Moraes, que apontou violação de medidas cautelares. O ex-presidente usou, de forma indireta, redes sociais e eventos públicos para atacar decisões judiciais, o que resultou na substituição da tornozeleira por um regime ainda mais rígido.