POLÍTICA

Van Hattem, que enfrenta punição na Câmara por motim, atropelou e matou mecânico

Deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS). Foto: Reprodução

O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS), bolsonarista no centro de uma possível punição por sua atuação no motim que paralisou a Câmara dos Deputados por 36 horas nesta semana, está envolvido em outro episódio trágico.

Em 2006, quando tinha 20 anos e era vereador em Dois Irmãos (RS), atropelou o mecânico Adair Wiest na BR-116, no município de Ivoti. A vítima entrou em coma e morreu sete meses depois, mas o inquérito policial não registrou o óbito, enquadrando o caso como lesão corporal.

Por causa dessa falha, o processo criminal prescreveu após cinco anos, sem responsabilização penal.

Van Hattem está entre os três parlamentares que devem ser suspensos pela Mesa Diretora da Câmara após a ocupação do plenário durante o motim que começou na segunda-feira (4) e terminou na quarta-feira (6).

Ridiculariou Motta ao se recusar a sair da cadeira de presidente da Casa. Vive berrando e atacando os ministros do STF, como seu ídolo Jair Bolsonaro.

Segundo Motta, as punições estão em discussão e devem ser individualizadas de acordo com a conduta de cada deputado.

Se o atropelamento tivesse sido enquadrado como homicídio, o prazo de prescrição seria de 20 anos. Em 2015, familiares da vítima participaram de uma reunião da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia gaúcha para pedir a investigação das razões pelas quais a apuração criminal não avançou.

Segundo a filha de Adair, Adane, van Hattem chegou a parar o carro para prestar socorro no momento do acidente e, ainda no mesmo dia, foi ao hospital acompanhado dos pais.

No entanto, após esse primeiro contato, a postura do parlamentar mudou completamente.

“Ele não nos procurou mais, disse que não podia ajudar e nem acionar o seguro do carro porque ele não foi o culpado, que meu pai que teria invadido a pista e que, por isso, ele teria atropelado meu pai. Não prestou nenhum auxílio. Na época eu não trabalhava, eu tinha 17 anos, meu irmão era menor (tinha 12 anos). A gente vendeu o que tinha e o que não tinha dentro de casa. Precisávamos de fralda e de óleo”, relatou Adane.

“Quantas vezes fomos conversar com o Marcel e ele prometia que ia ajudar e não ajudou. Nem visitar meu pai ele foi. Meu pai ficou em coma quase sete meses. Por quase três meses o pai ficou em um lar, porque o hospital não tinha mais o que fazer. Então, é como se tivesse que esperar ele acordar. Ele teve traumatismo craniano. Mandaram ele embora. A casa era um valor absurdo. Fomos conversar com o Marcel. Ele nem bola”.

 

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