
Após a “ótima” reunião na Malásia, o presidente Donald Trump demonstrou, a bordo do Air Force One a caminho dos EUA, a química com Lula e parabenizou o presidente brasileiro, que completa 80 anos nesta segunda-feira (27).
“Quero desejar ao presidente feliz aniversário. Ele é um cara muito vigoroso e fiquei muito impressionado. Hoje é aniversário dele, então, feliz aniversário. Poderia avisá-lo, por favor?”, afirmou Trump a bordo do avião presidencial a jornalistas que perguntaram sobre o encontro entre os dois presidentes.
Trump foi indagado sobre a reunião com Lula logo no início da conversa com os jornalistas, que teve o áudio divulgado pela Casa Branca no Youtube.
“Tivemos uma boa reunião. Vamos ver o que acontece. Eles gostariam de fechar um acordo. No momento, eles estão pagando 50% de tarifa. Mas tivemos uma ótima reunião”, afirmou Trump, antes de desejar os parabéns pelos 80 anos do presidente brasileiro.
Nas redes sociais, a Casa Branca publicou elogios de Trump a Lula, que foram replicados pelo perfil oficial da Embaixada dos EUA no Brasil.
“É uma grande honra estar ao lado do presidente do Brasil. Acredito que poderemos fazer bons acordos para ambos os países. Sempre mantivemos uma boa relação, acredito que ela continuará”, diz a frase de Trump destacada na publicação.
“Vai ter acordo”
Na última entrevista na Malásia, na madrugada desta segunda-feira (27), Lula afirmou ainda que a reunião com Trump foi “surpreendentemente boa” e ficou clara a disposições das duas partes em fazer acordo. “Se depender do Trump e de mim, vai ter acordo”, afirmou.
O presidente afirmou que a expectativa é que em pouco tempo se chegue a uma solução. “Ele garantiu que vamos ter acordo e acho que vai ser mais rápido do que muita gente pensa”. “Estou convencido de que em poucos dias teremos uma solução definitiva entre Estados Unidos e Brasil para que a vida siga boa e alegre como dizia Gonzaguinha na sua música”.
O brasileiro disse que teve a “boa impressão” de que relação de afinidade entre Brasil e Estados Unidos será retomada e logo-logo não haverá problema entre os dois países. “Acho que está estabelecida a relação Brasil-Estados Unidos, quem imaginava que não ia ter, perdeu, Vai ter e vai ser uma relação produtiva para os dois países e para a democracia”, observou o presidente.
Na conversa, Lula disse que expressou ao presidente norte-americano que as diferenças ideológicas entre eles devem ser superadas em benefício dos brasileiros e norte-americanos. “Agora não tem mais intermediários, é o presidente Lula com o presidente Trump. Gostemos ou não um do outro, nós temos que assumir a responsabilidade como chefes de Estado de saber que nossas ações têm que trazer benefício para o povo que nos elegeu”.
Bolsonaro é “passado”
Lula ainda detalhou o que tratou sobre Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente brasileiro condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar uma organização criminosa que tentou um golpe de Estado, citado na carta em que os EUA impuseram o tarifaço ao Brasil.
“Eu disse pra ele que o julgamento foi um julgamento muito sério, com provas muito contundentes. Nenhuma prova da oposição, prova todas de relatos das pessoas que estão sendo julgadas. Disse pra ele a gravidade do que eles tentaram fazer no Brasil. Que eles tinham um plano pra matar a mim, pra matar o meu vice-presidente, pra matar Alexandre Moraes. E eles foram julgados com direitos de defesa, que eu não tive quando eu fui processado. E que, portanto, sabe, isso não tá em questão, isso não tá em discussão, sabe?”, afirmou o presidente brasileiro.
“E ele [Trump] sabe que rei morto, rei posto. O Bolsonaro faz parte do passado da política brasileira. E eu ainda disse pra ele: com três reuniões que você fizer comigo, você vai perceber, sabe, que o Bolsonaro era nada praticamente”, emendou.
Lula ainda afirmou que qualquer discussão de natureza política será feita entre presidentes, aos negociadores caberão os temas de interesse das duas nações. A informação acaba com a narrativa de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e da horda bolsonarista, que tinha esperanças na participação do secretário de Estado, Marco Rubio, na negociação.




