
Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira (5) uma nova medida que obriga cidadãos de Zâmbia e Malaui a pagar uma caução de até US$ 15 mil (cerca de R$ 82,6 mil) para obter vistos de turismo e negócios. A exigência, que entra em vigor em 20 de agosto, faz parte de uma política migratória mais rígida do governo Trump e pode ser estendida a outros países no futuro.
A lista divulgada pelo Departamento de Estado não inclui o Brasil neste momento, mas autoridades estadunidenses alertaram que outras nações podem ser adicionadas com apenas 15 dias de antecedência. Além do pagamento, os viajantes dos dois países africanos só poderão entrar nos EUA por três aeroportos específicos: Boston Logan, Nova York (JFK) e Washington Dulles.
Como funcionará a caução
O valor da garantia, que varia entre US$ 5 mil e US$ 15 mil, será definido durante a entrevista para o visto. O dinheiro será devolvido se o viajante cumprir todas as regras do visto de não imigrante, incluindo a saída do país dentro do prazo estipulado.
“O não cumprimento dessa condição poderá resultar na recusa de entrada ou na não correta emissão de um documento de saída”, alertou o governo dos Estados Unidos em comunicado. Entre as violações que podem levar à perda do valor estão permanecer além do prazo autorizado e solicitar mudança no status do visto, incluindo pedidos de asilo.

A medida se baseia em uma ordem executiva assinada por Donald Trump em seu primeiro dia de governo, intitulada “Protegendo o povo americano contra invasões”. O Departamento de Segurança Interna estima que mais de 500 mil estrangeiros permaneceram nos EUA com visto vencido apenas em 2023.
“Centenas de milhares de visitantes não imigrantes não conseguem partir em tempo hábil”, justificou o governo. O programa é descrito como um “pilar fundamental da política externa” da atual administração, com o objetivo de pressionar outros países a melhorarem seus controles migratórios.
Embora apenas Zâmbia e Malaui estejam na lista inicial, a medida reflete uma tendência de endurecimento nas políticas de visto sob o governo Trump. Em 2020, os EUA chegaram a anunciar um programa piloto semelhante, que não foi implementado devido às restrições de viagem durante a pandemia de Covid-19.