POLÍTICA

Trump espalha fake news sobre Brasília, distorcendo dados oficiais

Donald Trump, presidente dos EUA. Foto: Andrew Leyden/Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma afirmação equivocada durante um anúncio de segurança pública em Washington D.C. nesta segunda-feira (11), ao citar a taxa de homicídios em Brasília. Trump afirmou que a capital do Brasil registra 13 homicídios a cada 100 mil habitantes, número que não corresponde à realidade dos dados oficiais da Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF).

A declaração gerou controvérsia, considerando que os números divulgados pela pasta local são bem mais baixos.

De acordo com os dados da SSP-DF, Brasília registrou uma taxa de homicídios de 6,9 a cada 100 mil habitantes em 2024, o menor índice desde o início da contagem de dados, em 1977.

O número apresentado por Trump está significativamente acima da realidade, sendo quase o dobro do que a realidade mostra, o que levanta dúvidas sobre a precisão das informações compartilhadas pelo presidente dos EUA. O erro ocorre em um momento de discussões internacionais sobre segurança e políticas públicas, colocando em xeque a responsabilidade das lideranças globais em disseminar informações corretas.

Pessoas em situação de rua em Washngton D. C. Foto: J. Brown/AFP

Além dos dados da SSP-DF, o Atlas da Violência 2025, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), registra uma taxa de homicídios em Brasília de 11 por 100 mil habitantes. Embora este número seja maior que o apresentado pela SSP, ele ainda é bem inferior à cifra mencionada por Trump em sua fala.

A comparação incorreta feita pelo presidente pode distorcer a percepção sobre a segurança na capital brasileira e gerar uma visão errada sobre a situação do país.

Durante seu discurso, Trump comparou a taxa de criminalidade de Washington D.C. com a de outras capitais do mundo, incluindo Brasília, afirmando que a capital dos EUA teria índices piores que locais como Bagdá e a Cidade do Panamá. A apresentação foi acompanhada por gráficos, mas a ausência de fontes confiáveis ou contextos adequados para justificar os números mencionados levanta questionamentos sobre a credibilidade da declaração do presidente.

A disseminação de informações falsas, especialmente por figuras de alto escalão como o presidente dos Estados Unidos, pode ter consequências diretas nas relações internacionais e nas políticas públicas de segurança.

O episódio evidencia a irresponsabilidade do mandatário americano. Quem pode parar Trump?

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