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Trump autoriza “operações letais” e clandestinas da CIA na Venezuela

Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Venezuela, Nicolás Maduro. Foto: Kamil Krzaczynski e Federico Parra/AFP

O governo de Donald Trump autorizou ações secretas da CIA na Venezuela, incluindo “operações letais”, segundo o jornal americano The New York Times. A reportagem cita fontes do governo que confirmam que a decisão amplia o poder da agência de inteligência na região do Caribe. Ainda não há detalhes sobre quando as ações podem ocorrer nem se algum plano específico já foi executado.

A autorização surge em meio a uma escalada de tensões entre Washington e Caracas. Em agosto, os Estados Unidos enviaram navios e aviões militares para áreas próximas à costa venezuelana, sob o argumento de combater o tráfico internacional de drogas. Pouco depois, a imprensa americana revelou que o governo Trump avalia uma operação militar direta contra o país, com possíveis ataques a estruturas ligadas a cartéis de drogas.

Trump acusa o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de liderar o chamado “Cartel de los Soles”, classificado por Washington como organização terrorista internacional. O Departamento de Justiça dos EUA oferece uma recompensa de US$ 50 milhões (R$ 273 milhões) por informações que levem à prisão do líder venezuelano. O Congresso foi informado sobre as operações, mas está legalmente proibido de divulgar qualquer detalhe.

Ações clandestinas da CIA raramente se tornam públicas. Um dos casos mais conhecidos foi a operação que matou Osama bin Laden em 2011, anunciada apenas após sua conclusão. A agência também tem um histórico de envolvimento em intervenções políticas na América Latina, incluindo golpes de Estado que resultaram em ditaduras no Brasil e no Chile durante o século XX.

Desde setembro, os Estados Unidos vêm bombardeando embarcações no Caribe que, segundo o governo, pertencem a redes de narcotráfico. Os ataques, que já deixaram 27 mortos, foram criticados por organizações internacionais como a Human Rights Watch, que classificou as ações como “execuções extrajudiciais ilegais”.

Barco atacado pelos EUA na costa de Venezuela nesta terça (14). Foto: Reprodução

Na terça (14), Trump confirmou um novo bombardeio em águas internacionais próximas à Venezuela, que resultou em seis mortes. “A inteligência confirmou que a embarcação estava traficando narcóticos, associada a redes ilícitas de narcoterrorismo”, declarou o presidente. A ONU debateu o tema no Conselho de Segurança, expressando preocupação com a escalada militar e o risco de mortes de civis.

O governo de Maduro negou qualquer vínculo das vítimas com o narcotráfico e pediu uma investigação internacional sobre os ataques. Caracas também iniciou a mobilização de tropas e milicianos para reforçar a defesa do país, enquanto civis são treinados em caso de invasão.

Trump pediu a seus assessores um “menu de opções” sobre como agir na Venezuela e se recusa a descartar uma intervenção militar futura. Apesar de evitar comentários diretos sobre uma possível invasão, a Casa Branca afirmou que o governo usará “toda a força” para pressionar Maduro e impedir o avanço de “organizações terroristas” na região.

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