POLÍTICA

Tarifaço: chanceler brasileiro negocia com homem forte de Trump nos EUA

O chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em montagem — Foto: Reprodução

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se reuniu nesta quarta-feira (30) com o secretário de Estado dos Estados Unidos, homem forte do governo de extrema-direita de Donald Trump, Marco Rubio, em Washington, para tratar do tarifaço de 50% imposto aos produtos brasileiros. O chanceler reafirmou a posição oficial do governo Lula em favor da negociação técnica e comercial, sem ingerência em assuntos internos.

Vieira também esteve em Nova York, onde participou de uma reunião da ONU sobre a Palestina, e aproveitou a viagem para manter interlocução direta com autoridades americanas. Segundo apuração da GloboNews, o chanceler reforçou a disposição do Brasil em discutir os termos das tarifas, desde que o diálogo respeite a soberania nacional.

A diplomacia brasileira tem criticado o uso político do decreto assinado por Trump, que associa o aumento das tarifas à situação jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro e a decisões do Supremo Tribunal Federal. Vieira deixou claro que o Brasil não aceitará negociar temas relacionados ao Judiciário ou à política interna.

Donald Trump e Jair Bolsonaro em aperto de mãos, sorrindo para a câmera
Donald Trump, presidente dos EUA, e Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil – Reprodução

Fontes do Itamaraty afirmam que a conversa com Rubio serviu para destacar a gravidade da medida adotada pelos Estados Unidos, considerada a maior crise diplomática entre os dois países nos últimos anos. O governo brasileiro lamentou o tom político da justificativa americana e afirmou que a vinculação entre comércio e questões internas é inaceitável.

A Casa Branca divulgou que o tarifaço tem como base uma “ameaça extraordinária à segurança nacional”, sem detalhar os critérios utilizados. Produtos como aeronaves civis, suco de laranja e petróleo foram excluídos da tarifa, mas setores estratégicos da economia brasileira devem ser afetados.

Desde o anúncio do decreto, o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o chanceler Mauro Vieira têm reiterado que o Brasil está aberto ao diálogo comercial, mas que não aceitará pressões ou sanções motivadas por disputas políticas, especialmente aquelas relacionadas ao funcionamento das instituições democráticas.

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