
Senadores mantêm apoio a Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF), enquanto a oposição rejeita o nome do advogado-geral da União, Jorge Messias, visto como um “novo Flávio Dino”, conforme informações da Folha de S.Paulo.
O presidente Lula (PT) ainda não oficializou a indicação, mas já sinalizou aos aliados que pretende escolher Messias para o cargo.
Nos bastidores do Senado, Pacheco é considerado o nome mais viável para garantir equilíbrio entre os Poderes e amenizar tensões com o Congresso.
“Ele tem um crédito com os senadores pelo que representou em 8 de janeiro, inclusive com sacrifício político em Minas, porque naquela época existia uma força pró-Bolsonaro”, afirmou Otto Alencar (PSD-BA), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
“Todos gostariam que fosse ele [Pacheco]. Tem um ‘queremismo’ do Senado pelo Pacheco. Mas, se o presidente mandar o Bruno Dantas ou o Jorge Messias, é claro que eu, como senador da base, vou trabalhar por ele”, completou Otto.
O líder do União Brasil, Efraim Filho (PB), compartilha da mesma opinião e vê Pacheco como um nome capaz de pacificar o ambiente político. “O sentimento majoritário do Senado é votar a favor do Pacheco, que seria melhor diante do tensionamento entre Poderes. Não é contra Messias. É a favor de Pacheco”, disse.
Resistência a Jorge Messias
Parte da oposição, principalmente do PL e do Novo, já declarou que votará contra o advogado-geral da União. Um senador do PL afirmou, sob anonimato, que Messias tem perfil “ativista” e seria “mais um Dino no Supremo”.
O senador Eduardo Girão (Novo-CE) também fez comparações diretas. “Ele [Messias] tem uma pegada de censura muito similar à do Dino. Respeito a pessoa do Messias, mas o meu sentimento é de que a gente tem que acabar com o pessoalismo dentro do STF. Nós já temos um correligionário do Lula, o Dino, e o advogado pessoal do Lula, o Zanin”, afirmou.

Alcolumbre alerta sobre risco de rejeição
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), tem evitado declarações públicas sobre o tema, mas aliados afirmam que ele avisou Lula sobre o risco de derrota caso indique Messias. Segundo parlamentares, Alcolumbre teria reforçado sua torcida por Pacheco e o impacto político que uma eventual rejeição teria para o governo.
Senadores da base de Lula, no entanto, defendem o advogado-geral e pedem respeito à decisão do presidente. “É uma prerrogativa do presidente. Acho que Lula está com convicção formada [por Messias]”, afirmou Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado.
Mesmo assim, Lula considera manter Pacheco como aliado político estratégico em Minas Gerais, onde o senador é visto como nome forte para disputar o governo estadual em 2026. A decisão final deve ser tomada após o retorno do presidente de viagem à Ásia.



