
Um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) reagiu com ironia ao anúncio feito por Marco Rubio, secretário de Estado do governo Donald Trump, sobre o cancelamento dos vistos estadunidenses de Alexandre de Moraes e outros integrantes da Corte. Ao Valor, o magistrado anônimo enviou a uma redação jornalística uma imagem com os dizeres “sempre teremos Paris”, frase icônica do filme “Casablanca” (1942), dirigido por Michael Curtiz e estrelado por Humphrey Bogart, Ingrid Bergman e Paul Henreid.
A medida do governo dos EUA foi divulgada no mesmo dia em que Moraes determinou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passe a usar tornozeleira eletrônica.
O ex-mandatário também está proibido de utilizar redes sociais, se aproximar de embaixadas estrangeiras e deve permanecer em casa entre 19h e 6h em dias de semana, além de ficar em regime de recolhimento integral durante fins de semana e feriados.
Segundo Rubio, a revogação dos vistos se aplica a Moraes, seus familiares e aliados no STF, com efeito imediato. Embora não tenha citado outros nomes em seu anúncio nas redes sociais, informações apuradas pela imprensa indicam que a medida atinge mais sete ministros: Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Gilmar Mendes, além de seus familiares próximos.

O colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, confirmou que os magistrados citados são os “aliados no tribunal”, expressão usada por Rubio em sua publicação desta sexta-feira (18).
O secretário de Estado estadunidense justificou a decisão como resposta ao que chamou de “caça às bruxas política” conduzida por Moraes contra Bolsonaro.
“Essa perseguição criou um complexo de censura tão abrangente que atinge não apenas os brasileiros, mas também os americanos”, escreveu Rubio. Ele afirmou ainda que a administração Trump pretende responsabilizar autoridades estrangeiras acusadas de violar a liberdade de expressão.
Os únicos ministros do STF que não seriam afetados pelas sanções são André Mendonça e Nunes Marques, ambos indicados ao cargo por Bolsonaro, e Luiz Fux.