
A internação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no hospital DF Star, em Brasília, na véspera de Natal, seguirá um protocolo rígido de segurança, vigilância permanente e controle de acesso, conforme determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo informações do Globo.
Autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, a medida define desde o deslocamento do ex-capitão até as regras para visitas, segurança policial e acompanhamento médico durante todo o período hospitalar.
Bolsonaro será levado ao hospital na manhã desta quarta-feira (24), em trajeto discreto e sem exposição pública. O deslocamento, assim como toda a segurança externa e interna, ficará sob responsabilidade da Polícia Federal (PF). A entrada ocorrerá diretamente pelas garagens do hospital, evitando contato com o público.
A decisão determina vigilância ininterrupta. Pelo menos dois policiais federais permanecerão posicionados de forma permanente na porta do quarto, com fiscalização 24 horas. Equipes adicionais ficarão de prontidão dentro e fora do hospital, com autonomia para reforçar o efetivo sempre que necessário.
Regras de acesso e visitas
O acesso ao quarto será rigidamente controlado. Está proibida a entrada de celulares, computadores ou qualquer dispositivo eletrônico, exceto equipamentos médicos indispensáveis ao tratamento. A fiscalização do cumprimento da regra caberá exclusivamente à Polícia Federal.
No plano pessoal, a decisão autoriza apenas a presença da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como acompanhante durante toda a internação, respeitadas as normas do hospital. Qualquer outra visita, inclusive de familiares do ex-presidente, dependerá de autorização judicial específica. O pedido da defesa para permitir visitas frequentes dos filhos Flávio e Carlos Bolsonaro foi negado.

Exames, cirurgia e acompanhamento médico
Esta quarta-feira será dedicada a exames clínicos, laboratoriais e de imagem, além do preparo pré-operatório. A cirurgia para correção de hérnia inguinal bilateral está prevista para a manhã de quinta-feira (25), dia de Natal, com duração estimada entre três e quatro horas, segundo informou o cirurgião Cláudio Birolini.
Além do procedimento principal, a equipe médica avalia a realização de um bloqueio anestésico do nervo frênico, que pode ajudar a controlar crises de soluços persistentes relatadas nos últimos meses. A definição sobre essa intervenção dependerá da avaliação clínica após a cirurgia.
Pena mantida e previsão de alta
Na decisão, o ministro Alexandre de Moraes destacou que a autorização para a internação não altera o cumprimento da pena de 27 anos e três meses de prisão imposta ao ex-presidente por tentativa de golpe de Estado.
Segundo o magistrado, Bolsonaro mantém “plenas condições de tratamento de saúde” mesmo sob custódia, e a escolha do hospital, próximo à Superintendência da PF, preserva a segurança e a execução da pena.
A expectativa da equipe médica é que Bolsonaro permaneça internado entre cinco e sete dias após a cirurgia, período necessário para controle da dor, fisioterapia, prevenção de eventos trombóticos e acompanhamento do pós-operatório. A alta dependerá da evolução clínica, com divulgação de boletins médicos diários.



