POLÍTICA

Sakamoto: Falso patriota goza com Magnitsky do Trump, mas Moraes não se impressiona

Bolsonaro réu sendo interrogado por Moraes – Foto: Gustavo Moreno/STF

Por Leonardo Sakamoto, no UOL

Alexandre de Moraes não se assustou quando Donald Trump empurrou sua Magnitsky para cima dele — usando contra a Suprema Corte de um país democrático um instrumento duro criado para punir assassinos e cleptocratas de ditaduras (ironicamente, seu aliado Benjamin Netanyahu continua protegido e matando criança de fome). Pelo contrário, Moraes desdenhou, deixando claro que não se impressionou com a envergadura da sanção, e foi assistir a um Curíntia e Parmera.

Já o grupo que se autointula patriota, enquanto se enrola na bandeira dos Estados Unidos, teve um orgasmo nas redes sociais nos últimos dois dias. Para eles, a esperada sanção, costurada pelo traidor Eduardo Bolsonaro, funcionou como uma espécie de levanta-defunto a uma extrema direita que andava mole.

Levantamento da Nexus mostrou que, entre o anúncio da sanção, na quarta (30) e a manhã do dia seguinte, os termos “Xandão” e “Alexandre de Moraes” ocuparam a terceira e quarta posições nos assuntos mais falados em todo o mundo no X. Políticos e influenciadores alinhados ao bolsonarismo e ao campo democrático travaram uma disputa de um lado e de outro.

As sanções financeiras previstas pela lei norte-americana não trarão impacto algum sobre o julgamento de Jair Bolsonaro e seus cúmplices por tentativa de golpe de Estado e organização criminosa armada no STF. O ex-presidente deve ser responsabilizado e preso até o final do ano, se não quebrar a tornozeleira e fugir antes para os EUA. Mas elas funcionaram como um estimulante para uma extrema direita que se sentia impotente diante da iminente condenação de seu líder.

Trump, presidente dos EUA anunciando o tarifaço – Foto: Reprodução

Há protestos bolsonaristas marcados para este domingo em várias cidades do país pelo direito a dar golpe de Estado e sair impune.

A Magnitsky do Trump, por mais que não tenha causado cócegas no ministro, está sendo tratada como a pílula azul para levar gente às ruas (Matrix, gente, não pensem bobagem), considerando que a última manifestação na avenida Paulista da extrema direita, que normalmente consegue levar multidões, foi menor que a da esquerda, segundo levantamento da Universidade de São Paulo e do Cebrap.

Contudo, não esperem nada muito grande por causa do frio.

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