
A CNN Brasil já não esconde o papel que decidiu assumir: o de vitrine para golpistas, ressentidos e operadores de chantagem contra as instituições brasileiras a serviço do governo Trump.
Longe do jornalismo sério e responsável, o canal tornou-se um palco onde figuras como Jair Bolsonaro, seu filho Eduardo, o escroque Paulo Figueiredo e todo tipo de sabotador desfilam diariamente, espalhando ameaças e delírios autoritários sem serem incomodados.
🇧🇷🇺🇸 “Se houver cenário de terra arrasada, pelo menos eu estarei vingado desses ditadores de toga”, diz Eduardo à CNN.pic.twitter.com/VsYcQKNIJV
— Eleições em Pauta (@eleicoesempauta) July 18, 2025
Nenhuma pergunta incômoda, nenhum questionamento, nenhuma interrupção — só microfones abertos, cabeças baixas e levantamento de bola.
Esta semana, Eduardo Bolsonaro, em entrevista ao vivo, reagiu às sanções dos EUA a ministros do STF com uma fala de bandido: “Se houver cenário de terra arrasada, pelo menos eu estarei vingado desses ditadores de toga”. A CNN transmitiu tudo, sem qualquer reação.
O canal não apenas deu espaço, como aceitou a mensagem calada. Isso não é imparcialidade. É colaboração.
Ué? O Paulo Figueiredo não é mais blogueiro, CNN?
Ele foi promovido à jornalista? pic.twitter.com/yLqrS6yoEz
— Paulo de Tarso (@paulodetarsog) July 19, 2025
A situação se repete com frequência. Outro dia, uma mulher foi ao ar para afirmar — sem apresentar um único dado ou fonte — que Trump poderia retaliar militarmente o Brasil. Novamente, ninguém da bancada, da produção ou da chefia editorial quis saber de onde vinham aquelas alegações. Nenhuma checagem, nenhuma ponderação. Apenas o espetáculo da desinformação.
Em outro episódio grotesco, uma repórter da CNN perguntou a Jair Bolsonaro se ele não poderia “negociar com Trump”, como se isso fosse possível. A pergunta — feita em tom de normalidade — escancarou o nível a que chegou a emissora. São cúmplices.
Nada disso é surpreendente. Em 2022, Rubens Menin, dono da CNN Brasil, elogiou publicamente a economia do governo Bolsonaro no mesmo dia em que promoveu uma demissão em massa nas redações do Rio, São Paulo e Brasília. A linha editorial do canal tem dono, e o dono tem lado.
Hoje, a CNN Brasil não cumpre mais função jornalística. Cumpre função política. Dá voz ao golpismo, protege quem ameaça a democracia, normaliza o absurdo e silencia diante do autoritarismo. Quando a história for escrita, a CNN estará entre os que optaram por aplaudir o abismo em que seus convidados quiserem nos enfiar com a mãozinha de jornalistas acoelhados.