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Rejeição à PEC da Blindagem domina redes sociais com 83% de críticas, diz Quaest

O monitoramento digital realizado pelo instituto Quaest, divulgado neste sábado (20), mostrou que a PEC da Blindagem tem enfrentado forte rejeição nas redes sociais. Entre os dias 16 e 19 de setembro, das 2,3 milhões de menções analisadas, 83% tiveram teor negativo em relação à proposta, que pretende alterar a Constituição.

Embora o debate tenha alcançado, em média, 44 milhões de perfis por hora, o volume de menções — 24 mil por hora — ficou abaixo do registrado durante o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no STF, quando foram 44 mil por hora. Ainda assim, o tema superou discussões anteriores entre Congresso e governo, como a polêmica sobre o aumento do IOF em meados do ano. O pico de comentários ocorreu na noite de 16 de setembro.

Principais alvos e críticas

De acordo com a pesquisa, 46% das críticas foram direcionadas ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e à própria Casa legislativa. Parlamentares de esquerda e influenciadores digitais impulsionaram a pressão, sobretudo com a hashtag #CONGRESSOINIMIGODOPOVO, postagens da deputada Erika Hilton (PSOL-SP) e conteúdos satíricos produzidos por inteligência artificial. Entre os vídeos mais compartilhados, havia ironias a Motta — apelidado de “Hugo nem se importa” — e ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, chamado de “Tarcínico Pedágio”.

Além disso, 40% das menções estavam relacionadas às manifestações contra a PEC marcadas para o domingo (21), e 12% delas destacavam a adesão de artistas e personalidades públicas. Outros 15% associaram a proposta a debates paralelos, como a discussão sobre anistia e o julgamento de Bolsonaro no Supremo.

Apoio à proposta e críticas ao STF

Somente 17% das menções tiveram caráter favorável, concentradas principalmente em parlamentares e militantes ligados ao bolsonarismo. Nesse grupo, prevaleceram ataques ao STF por supostos “excessos” da Corte e a lembrança de decisões que, segundo os defensores, teriam beneficiado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a Lava Jato.

Dinâmica em grupos de mensagens

A Quaest também avaliou interações em grupos públicos de WhatsApp, Telegram e Discord. Em comunidades de esquerda, a PEC ganhou destaque crescente, chegando a representar 11% das mensagens em 18 de setembro. Já nos grupos de direita, o assunto teve pouco espaço, somando apenas 2% das conversas. Nesses espaços, a atenção se concentrou em mobilização da militância (27%), apoio a Bolsonaro (22%) e críticas ao STF (12%).

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