
Bruno Mendes de Jesus, de 30 anos, foi preso com 103 kg de ouro avaliados em R$ 61 milhões, em Roraima. Ele estava com a esposa, blogueira Suzy Alencar e o filho de nove meses em uma caminhonete Hilux quando foi abordado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). O material estava escondido em compartimentos falsos no veículo. A apreensão é considerada a maior já realizada pela PRF no país.
Natural de Rondônia, Bruno tem cadastro como empresário no comércio de vestuário, mas, segundo a defesa, o casal já teria encerrado a atividade. O endereço da empresa era, na verdade, o condomínio onde eles residem, em Porto Velho. Em nota, o advogado Smiller Carvalho afirmou que Bruno atravessava um momento de “necessidade”, com a esposa desempregada, o que teria motivado a decisão de transportar o ouro.
Durante a abordagem, a PRF notou sinais de nervosismo e inconsistências na documentação apresentada por Bruno, que se apresentou como fiscal de obras, mas não soube informar o nome ou localização do suposto canteiro de obras. A revista detalhada revelou as barras de ouro em um fundo falso no painel e outros compartimentos do carro.

Nas redes sociais, a esposa de Bruno compartilha uma rotina de ostentação com viagens, festas e passeios em família. A presença digital dele, no entanto, é discreta. Ambos estavam juntos no momento da prisão. A caminhonete utilizada no transporte não estava registrada em nome de Bruno, e a PRF não revelou a quem pertence o veículo.
Após ser levado à Polícia Federal, Bruno optou por ficar em silêncio. Ele passou por audiência de custódia na tarde desta terça-feira (5), quando a prisão preventiva foi decretada pelo juiz federal Victor Oliveira de Queiroz, da 4ª Vara Federal Criminal. O ouro foi encaminhado à sede da PF, que investiga a origem e o destino da carga.
A defesa declarou que Bruno é um “trabalhador” envolvido em atividades do setor mineral, apontando que, apesar da tensão regulatória, a mineração representa um meio de subsistência para muitos brasileiros. A PRF informou que o caso faz parte de rotas mapeadas e que a ação foi resultado de técnicas de inspeção e patrulhamento em áreas de risco.