POLÍTICA

Quem é a bolsonarista que pode pressionar o Brasil nos EUA a partir do Banco Mundial

Susana Cordeiro Guerra, ex-presidente do IBGE durante o governo Jair Bolsonaro. Reprodução

Susana Cordeiro Guerra, ex-presidente do IBGE durante o governo Jair Bolsonaro, deve assumir um dos cargos mais estratégicos da política internacional: a vice-presidência do Banco Mundial para a América Latina. Ela pode representar uma guinada ideológica na relação entre os Estados Unidos e o Brasil.

Com doutorado em economia e passagem pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), onde hoje é gerente do Setor de Instituições, Susana é reconhecida por seu alinhamento ao bolsonarismo e por sua proximidade com Paulo Guedes, ex-ministro da Fazenda de Bolsonaro. Mas é sua vida pessoal que desperta maior atenção neste momento.

Ela é casada com Elbridge Colby, atual subsecretário de Defesa dos EUA para Políticas de Defesa e figura central na nova direita americana. Colby tem relação direta com a família Trump e é um dos nomes influentes por trás do movimento “Make America Great Again” (MAGA).ica.

Ele participou da formulação do “Plano 2025”, da Heritage Foundation, documento que estrutura a estratégia do novo mandato de Donald Trump, com propostas de centralização de poder e endurecimento da política externa.
Colby protagonizou recentemente uma polêmica ao suspender, sem o aval explícito de Trump, o envio de armas para a Ucrânia, decisão posteriormente revertida. Seu peso no atual governo americano é visível — e, caso sua esposa seja confirmada no Banco Mundial, essa influência poderá se estender ao financiamento de projetos estratégicos na América Latina.

Elbridge Colby, subsecretário de Defesa dos EUA para Políticas de Defesa e marido de Susana. Reprodução

Como vice-presidente do Banco Mundial para a região, Susana passaria a gerenciar um portfólio de US$ 32 bilhões, sendo US$ 14 bilhões só para o Brasil. A pasta envolve verbas voltadas principalmente a infraestrutura — hidrelétricas, saneamento, transportes — e pode se tornar instrumento de pressão polít

A ascensão de uma bolsonarista a esse posto amplia a preocupação de que a máquina financeira internacional seja usada como instrumento de retaliação ou chantagem velada contra o governo Lula, especialmente diante das críticas de Trump à Justiça brasileira e da aproximação ideológica entre bolsonarismo e trumpismo.

Se a nomeação se confirmar, Susana Cordeiro Guerra poderá se tornar o elo entre interesses econômicos estratégicos dos EUA e a ofensiva bolsonarista internacional. Em plena escalada de tensões entre os dois países, sua presença no Banco Mundial representa não apenas um cargo técnico, mas um ponto sensível de influência geopolítica.

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