
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, foi atacado por aliados após seu “posicionamento tímido” em relação à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), decretada na última segunda-feira (4) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Deputados bolsonaristas acusam Valdemar de omissão e falta de firmeza na defesa de Bolsonaro. “Que nota mais imbecil é essa?”, disparou o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), após a publicação do partido que dizia apenas: “Estou inconformado!!!!! O que mais posso dizer”.
que nota mais imbecil é essa???? Pelo amor de Deus
— Gustavo Gayer (@GayerGus) August 4, 2025
As críticas vieram principalmente da ala mais radical do PL, formada por parlamentares identificados como “bolsonaristas raiz”, que já mantêm uma relação desgastada com Valdemar. Esse grupo acusa o dirigente de adotar uma postura considerada “centrão demais”, mirando mais na sobrevivência institucional do partido do que na fidelidade ao ex-capitão.
Após as críticas, o presidente do partido tentou ampliar o posicionamento, chamando a decisão de Moraes de “exagero”.
“Essa medida apenas acirra os ânimos e passa, cada vez mais, um sentimento de exagero no curso do inquérito, mesmo antes de qualquer condenação”, disse. Ainda assim, aliados consideraram a nota protocolar e insuficiente. Alguns esperavam uma coletiva de imprensa ou ações políticas mais efetivas.
foi às ruas protestar, como permite um regime democrático. Essa medida apenas acirra os ânimos e passa, cada vez mais, um sentimento de exagero no curso do inquérito, mesmo antes de qualquer condenação.
— Valdemar Costa Neto (@CostaNetoPL) August 5, 2025
Incômodo antigo
O desconforto com Valdemar já vinha crescendo desde o dia 18 de julho, quando o STF impôs as primeiras medidas cautelares contra Bolsonaro. A tentativa do presidente do partido de convencer o ex-capitão a aliviar críticas contra o governo dos Estados Unidos, após o tarifaço imposto por Donald Trump, também acentuou o mal-estar.
Como resposta, Valdemar expulsou o deputado Antonio Carlos Rodrigues do PL, após ele elogiar Alexandre de Moraes e criticar Trump.
A medida acalmou parte da base, mas não eliminou o sentimento de abandono. O grupo mais ligado a Bolsonaro cobra uma reação mais coordenada e forte diante do que consideram uma “perseguição ao ex-presidente”.