
Depois da Faria Lima e dos postos de gasolina, uma rede de padarias e outra de lojas de conveniência de São Paulo foram identificadas no esquema de lavagem de dinheiro do PCC.
Estamos entendendo por que o promotor Lincoln Gakiya, que o PCC pretendia matar, diz que ficará mais fácil saber onde o crime organizado não atua.
Quando começarem a descobrir, com provas, que boa parte da economia — e não só dos postos e das fintechs — trabalha a serviço do PCC, o que acontecerá?
Pelos poderosos interesses em jogo, as investigações podem empacar? Empacarão quando chegarem a grupos econômicos não só da periferia do mercado financeiro, mas de corporações do núcleo da Faria Lima?
O que acontecerá quando descobrirem, como alguns suspeitam que descobrirão, que uma das áreas mais atrativas para lavagem de dinheiro é a do varejo em geral?
Vão descobrir? Vão chegar a grandes redes? Até a semana passada, misturar Faria Lima e traficantes seria algo absurdo.
Hoje, eles podem dividir as mesmas celas. Se é que vão. Mas teremos outras áreas, que ainda estão na moita, expostas como lavadoras de dinheiro sujo?
ESTA É A FOLHA
A Folha produziu uma segunda manchete, no mesmo dia, pró-Bolsonaro, às vésperas do julgamento do grupo de fascistas do chamado núcleo crucial.
Quando se esperava que o jornal trouxesse alguma coisa produzida pelo seu jornalismo investigativo sobre o julgamento, a capa joga para a torcida da extrema direita:
“Defesas reclamam de método controverso de Moraes em processo da trama golpista”.
Falar de método controverso numa hora dessas é como ouvir advogado de traficante que se queixa de juiz poucos dias antes da condenação.

DO LADO
Imaginem o debate que deve ter dado o uso da contração “do” no novo slogan do governo:
“Governo do Brasil, do lado do povo brasileiro”.
Não devem ter sido poucos os que defenderam que fosse “ao lado do povo brasileiro”.
Eu prefiro “do lado” mesmo, por ser mais forte e mais verdadeiro.
Eu tô do lado do Lula.