POLÍTICA

“Por aqui não passam”: a mensagem de generais a golpistas

O general Tomás Paiva, comandante do Exército. Foto: Divulgação

Os generais do Exército Brasileiro se posicionaram contra os radicais que tentam incitar a desordem política no Brasil. Durante uma solenidade no Forte Caxias, Tomás Miguel Ribeiro de Paiva e outros oficiais emitiram um recado claro: “Que venham, por aqui não passam”.

Segundo a coluna de Marcelo Godoy no Estadão, a mensagem foi inspirada no espírito do tenente-coronel Emílio Luís Mallet, histórico defensor da legalidade nas guerras do século XIX, e visou reafirmar o compromisso do Exército com a Constituição e a ordem democrática.

A crise política no Brasil chegou a um ponto de tensão quando um grupo de oficiais da reserva tentou incitar uma crise militar, desafiando o general Tomás e tentando arrastar a instituição para o jogo político radical.

Eles usaram como justificativa as medidas recentes do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, algo que gerou uma reação forte do Alto Comando, que se reuniu para tratar a questão e reafirmar a posição da instituição. O consenso era claro: a crise era política, e o Exército deveria permanecer afastado dos humores da Praça dos Três Poderes.

Os generais destacaram que, em um país dividido, o discurso radical da extrema-direita, que afirma representar “o povo”, traz lembranças de movimentos históricos que procuraram justificar a radicalização e a exclusão de opositores.

“O problema é que ontem – como hoje – ninguém se perguntava se o povo queria a radicalização”, apontaram, lembrando que, em uma República, o Exército não pode ser o braço armado de um partido político contra outro. Eles enfatizaram que o país não vive uma ditadura, mas sim uma democracia em que a legalidade deve prevalecer sobre qualquer impulso golpista.

José Múcio, o ministro da Defesa. Foto: Reprodução

O apoio do Exército ao ministro da Defesa, José Múcio, foi reafirmado durante o evento, com os generais dizendo que, embora as simpatias políticas possam variar, a lealdade à legalidade e à ordem é a principal diretriz da instituição. “Quem defende a ordem não pode criar desordem”, afirmou o Alto Comando.

Os militares ainda advertiram sobre o papel da desinformação e das campanhas políticas organizadas para deslegitimar as instituições, com ênfase nas tentativas de enfraquecer o Exército. Durante a cerimônia de promoção de oficiais generais, o general Richard Nunes reforçou a importância de preservar a integridade do Exército, destacando o trabalho em conjunto com a liderança do general Tomás, que tem sido alvo de constantes ataques de forças internas e externas que buscam desestabilizar a instituição.

Os generais fizeram um apelo claro para que a hierarquia e a disciplina continuem a ser os pilares do Exército, argumentando que a ideia de que o respeito à legalidade é essencial, especialmente em tempos de polarização.

A “manutenção inexpugnável da fortaleza da hierarquia e da disciplina” foi citada como um imperativo para enfrentar as constantes campanhas de desinformação que tentam atacar as instituições brasileiras, incluindo o próprio Exército.

A celebração das promoções e a posse do novo chefe do Estado-Maior do Exército, general Francisco Humberto Montenegro Júnior, também foi marcada por discursos fortes, como o do general Richard, que deixou claro o apoio à liderança do general Tomás.

Ele disse que, apesar das dificuldades e das pressões políticas, “a história registrará os esforços” do general Tomás para preservar os princípios fundamentais do Exército e da democracia.

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