
A Polícia Federal indiciou o deputado Gustavo Gayer no inquérito que investiga um esquema usado para desviar verbas públicas por meio da cota parlamentar. A apuração conduzida pela Diretoria de Combate ao Crime Organizado e à Corrupção concentrou-se na suposta falsificação de documentos para criar uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), estrutura que serviria para receber recursos oriundos do gabinete do parlamentar.
Segundo a PF, havia um arranjo organizado para operar o repasse indevido das verbas. O indiciamento inclui quatro acusações: associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e peculato-desvio.
A investigação também atingiu pessoas ligadas ao deputado dentro da Câmara. A PF concluiu que tanto o filho de Gustavo Gayer quanto integrantes de seu gabinete participaram das ações sob suspeita.
Segundo a PF, a suposta OSCIP existia para receber repasses de verba parlamentar. A corporação afirma que o grupo teria fabricado documentos para dar aparência de regularidade a um arranjo criado para justificar os pagamentos.

O desvio, de acordo com o inquérito, dependia da atuação coordenada entre o gabinete e a entidade beneficiada. Em outubro do ano passado, a Polícia Federal desencadeou uma operação de busca e apreensão envolvendo o deputado e alguns de seus assessores.
Durante as diligências, mais de 70 mil reais foram apreendidos com um funcionário ligado ao gabinete. O valor faz parte do conjunto de elementos usados pelos investigadores para caracterizar o suposto desvio.
Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal e abrangiam endereços ligados ao parlamentar. A força-tarefa cumpriu ao todo 19 ordens judiciais distribuídas entre Brasília, Cidade Ocidental, Valparaíso de Goiás, Aparecida de Goiânia e Goiânia. A PF recolheu documentos, eletrônicos e registros bancários.
Os investigadores afirmam que o material apreendido ajudou a reconstruir o caminho da verba e as relações entre os envolvidos. Para a PF, esses elementos sustentaram o indiciamento de Gayer e de seu entorno. O inquérito agora segue para análise do Ministério Público, que decidirá se apresenta denúncia ao STF.



