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Pesquisa Quaest aponta que sanção de Trump a Moraes enfrenta rejeição majoritária nas redes

A aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), provocou uma forte reação negativa nas redes sociais brasileiras. Segundo levantamento do instituto Quaest, divulgado pelo jornal Valor Econômico, cerca de 60% das 1,6 milhão de menções analisadas desaprovaram a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atualmente em seu segundo mandato. As sanções financeiras foram oficializadas em 30 de julho, mesmo dia em que Trump anunciou tarifas de 50% sobre parte das exportações brasileiras para os EUA.

O monitoramento, realizado entre os dias 28 e 30 de julho até as 17h, mostrou que apenas 28% das postagens expressaram apoio à medida, enquanto 12% foram classificadas como neutras. A análise abrangeu 11 plataformas digitais, entre elas Facebook, Instagram, X (antigo Twitter), YouTube e WhatsApp. O pico de publicações ocorreu na tarde do dia 30, após a Casa Branca confirmar oficialmente as sanções contra Moraes.

Grande parte das mensagens críticas acusa Trump de ferir a soberania brasileira para defender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Já o governo dos EUA justificou a medida com base nas decisões recentes de Moraes relacionadas às plataformas digitais e na ação penal em que Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado.

Entre os apoiadores da sanção, destacam-se influenciadores e parlamentares ligados ao bolsonarismo. Para esse grupo, a decisão representa uma resposta às supostas “perseguições políticas e censura” promovidas por Moraes contra Bolsonaro e seus aliados.

A Quaest também comparou o impacto digital das sanções com outros eventos recentes. A repercussão superou a de debates sobre justiça tributária (com média de 17 mil menções por hora em duas semanas) e do inquérito sobre a tentativa de golpe (10 mil menções por hora em dez dias). No entanto, foi inferior ao volume gerado pela operação da Polícia Federal contra Bolsonaro em julho, que alcançou uma média de 72 mil menções por hora no dia em que o ex-presidente passou a usar tornozeleira eletrônica após uma ação de busca e apreensão.

No total, o episódio gerou uma média de 18 mil menções por hora ao longo do período analisado. A pesquisa evidencia como decisões de política externa envolvendo figuras do Judiciário brasileiro podem acirrar os debates nas redes sociais, intensificar a polarização e aumentar a tensão entre os governos de Brasília e Washington.

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