POLÍTICA

Onde Bolsonaro deve ficar preso se for condenado

Jair Bolsonaro atrás de grades. Foto: Pablo Porciuncula/AFP

Com Jair Bolsonaro (PL) em prisão domiciliar por decisão do ministro Alexandre de Moraes, cresce a expectativa sobre o destino definitivo do ex-presidente caso ele seja condenado no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O Supremo Tribunal Federal (STF) já abriu prazo para as alegações finais dos réus, o que indica que o julgamento está próximo de ser marcado.

Em caso de condenação, Bolsonaro pode enfrentar até 40 anos de prisão. Nos bastidores, integrantes do STF e do governo discutem três cenários possíveis: uma cela exclusiva na Papuda, uma unidade militar ou a manutenção da prisão domiciliar por razões humanitárias.

A hipótese mais delicada envolve a transferência de Bolsonaro para a ala dos vulneráveis do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. O local já recebeu figuras conhecidas do mundo político, como os condenados no escândalo do mensalão.

Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília

No entanto, membros do Executivo apontam riscos associados à segurança e à saúde do ex-presidente. “Imagina se ele morre na prisão”, afirmou um interlocutor sob condição de anonimato. Bolsonaro tem um histórico de problemas médicos desde a facada que sofreu em 2018, com múltiplas internações e cirurgias. Esses fatores alimentam a tese de que ele poderia continuar a cumprir pena em casa, com tornozeleira eletrônica, alegando fragilidade clínica.

A possibilidade de alocação em uma instalação militar, embora tecnicamente viável por ele ser capitão reformado do Exército, é considerada extremamente sensível. Integrantes do governo e da Justiça avaliam que o simples fato de Bolsonaro estar em um ambiente de apoio entre militares poderia gerar instabilidade institucional, estimulando tensões nas Forças Armadas e renovando pressões por intervenção.

O Comando Militar do Planalto chegou a estudar locais que poderiam ser adaptados como celas para o ex-presidente, mas a medida é vista como potencialmente perigosa do ponto de vista político.

Diante da conjuntura atual, a alternativa mais provável segue sendo a prisão domiciliar, já em vigor desde a última segunda-feira (4). A medida se baseia em argumentos humanitários e de segurança, considerando o desgaste físico do ex-presidente e o potencial de agitação política caso ele vá para um presídio comum.

Área externa da Papuda

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