POLÍTICA

“O governador mais letal da história”: Cláudio Castro é chamado de “covarde” por políticos

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro. Foto: Divulgação

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, tem sido escrachado nas redes sociais por políticos pela forma como vem conduzindo a segurança pública no estado, especialmente após a megaoperação policial contra o Comando Vermelho no Complexo da Penha, que resultou na morte de ao menos 64 pessoas.

Entre as vítimas, estão policiais, criminosos e civis. A operação, realizada na manhã desta terça-feira (28), envolveu 2,5 mil agentes de segurança e gerou uma série de acusações sobre a condução da ação.

O deputado federal Tarcísio Motta (PSOL) não poupou palavras ao detonar o governador. Em um post no X, ele chamou Castro de “covarde” e “irresponsável”, afirmando que a violência nas favelas do Rio só aumenta com essas operações. Para ele, o governo do estado usa as operações como uma “equação bolsonarista de morte”, sem, de fato, combater os grupos armados e sem considerar a vida dos moradores de comunidades periféricas.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB) também se manifestou, apontando a diferença de tratamento entre operações em bairros ricos e favelas. Ela destacou que, enquanto as forças de segurança agem com “cuidado e educação” em áreas mais abastadas, nas periferias a população vive com medo, sem poder sair de casa para trabalhar ou estudar. Para ela, a política de segurança pública de Castro é “uma tragédia”.

Outro ponto de crítica foi a postura contraditória do bolsonarista em relação à PEC da Segurança Pública, proposta que integra as forças federais, estaduais e municipais. O deputado Túlio Gadêlha (PSB) lembrou que o governador foi contra a PEC, mas agora se queixa da falta de integração entre as polícias.

A deputada estadual Dani Monteiro (PSOL) acusou ele de ser “o governador mais letal da história do Rio”, responsabilizando-o pela execução de mais uma chacina. Ela reforçou que, enquanto o estado apresenta índices negativos em diversas áreas, a resposta do governo é a violência, algo que não pode ser normalizado.

A vereadora Thais Ferreira (PSOL) foi ainda mais contundente, descrevendo a operação como um “genocídio” e acusando o governador de transformar o Rio em um “laboratório de extermínio” da população negra e pobre.

Castro, que foi contra a PEC da Segurança Pública, agora se queixa da falta de integração das polícias.

O comentarista da GloboNews Octavio Guedes apontou a incoerência no discurso do governador, que, após uma série de falhas nas operações de segurança, agora busca apoio do governo federal. Ele, por sua vez, afirmou que o estado está “sozinho” e que a culpa pela violência não é dele, mas do governo federal.

O que iniciou como uma operação para combater o Comando Vermelho em dois dos maiores complexos de favelas do Rio, o Alemão e a Penha, resultou em uma das ações mais letais da história recente do estado.

Além dos mortos, 81 pessoas foram presas, e um arsenal impressionante, incluindo 75 fuzis, foi apreendido pela polícia.

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