Donald Trump afirmou nesta terça-feira (23) que abraçou Luiz Inácio Lula da Silva durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, e disse que a relação entre eles foi positiva. “Gostei muito dele. Tivemos uma ótima química e vamos nos encontrar novamente na próxima semana”, declarou o republicano, após o breve cumprimento nos bastidores do encontro.
O gesto acontece em meio ao pior momento em 201 anos de relações entre Brasil e Estados Unidos. Desde maio, Trump intensificou medidas contra o governo brasileiro: aplicou um tarifaço de 50% sobre cerca de 60% das exportações nacionais, suspendeu vistos de autoridades e ampliou sanções financeiras com base na Lei Magnitsky. Na última rodada, até a esposa do ministro Alexandre de Moraes, Viviane Barci, foi incluída entre os alvos.
O encontro entre Lula e Trump não estava previsto em nenhuma das agendas. Mais cedo, Lula abriu a Assembleia com críticas a “sanções arbitrárias” e à “ingerência em assuntos internos”, recados diretos à Casa Branca. Em seguida, Trump subiu ao púlpito da ONU e atacou a própria instituição, dizendo que “palavras vazias não encerram guerras”.
Apesar do clima de tensão diplomática, a troca de gestos em Nova York foi simbólica. Os dois presidentes haviam evitado encontros desde que Trump voltou ao poder e retaliou Brasília após a condenação de Jair Bolsonaro pelo STF por tentativa de golpe de Estado. Agora, o republicano fala em um novo encontro “na próxima semana”, o que abre a possibilidade de uma primeira reunião oficial entre os dois líderes em meio à escalada de atritos comerciais e políticos.
