
No próximo sábado (09/08), completam-se 40 anos do decreto brasileiro que impôs sanções econômicas ao regime de apartheid na África do Sul, incluindo o embargo à exportação de petróleo. Inspirados por essa medida histórica, movimentos sociais e ativistas promovem atos em várias capitais brasileiras para pressionar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva a fazer o mesmo contra Israel, que é acusado de praticar apartheid e genocídio contra os palestinos em Gaza.
Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), as exportações brasileiras de petróleo para Israel aumentaram 51% em 2024, em meio ao massacre em Gaza. O dado é criticado por organizações como a campanha BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções), que convocou manifestações entre 7 e 11 de agosto em cidades como São Paulo, Porto Alegre, Florianópolis e Belo Horizonte.
Em São Paulo, o ato ocorrerá no sábado, às 14h, em frente ao Escritório de Representação das Relações Exteriores, na Avenida Faria Lima. No Rio de Janeiro, protestos já aconteceram na quinta-feira (07/08), com paradas na Fiocruz, Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e Praça XV.
Wikimedia Commons/CSP-Conlutas
Em julho, a relatora especial das Nações Unidas (ONU) para os territórios palestinos, Francesca Albanese, emitiu um documento intitulado “From Economy of Occupation to Economy of Genocide” (“Da economia da ocupação à economia do genocídio”, pela tradução em português) que menciona empresas latino-americanas que estariam lucrando indiretamente com o projeto genocida de Benjamin Netanyahu — entre elas, a Petrobras.
Embora a estatal brasileira não exporte diretamente para Israel, suas parcerias com multinacionais como Shell e TotalEnergies, que operam em campos petrolíferos brasileiros, a tornam cúmplice do genocídio.
Os protestos ainda endossam uma campanha que inclui um “protocolaço” de projetos de lei em câmaras municipais e assembleias legislativas para proibir contratos públicos com empresas violadoras de direitos humanos. A mobilização se alinha a um chamado internacional do Global Movement to Gaza, que reúne protestos em 17 países.
Confira a agenda dos atos:
São Paulo: 09/08, 14h – Escritório de Relações Exteriores (Av. Faria Lima)
Porto Alegre: 09/08, 12h – Paço Municipal
Florianópolis: 09/08, 10h – Esquina Democrática (com marcha ao TICEN)
Belo Horizonte: 11/08, 8h30 – CAD3/UFMG
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