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Morre Arlindo Cruz, um dos maiores sambistas do Brasil

O cantor e compositor Caetano Veloso utilizou as redes sociais nesta sexta-feira (8) para lamentar a morte de Arlindo Cruz, um dos maiores ícones do samba brasileiro. “Morreu o maior sambista moderno. Arlindo Cruz tinha a voz luminosamente aguda e era um deus ao cantar suas próprias melodias mágicas ou as de outros, nas quais se reencontrava. Tive a honra de, nervoso, dividir com ele a ‘Trilha do Amor’ de André Renato, Xande e Gilson Bernini. Momento inesquecível. Viva para sempre a música de Arlindo”, escreveu Caetano.

Arlindo faleceu no Rio de Janeiro, aos 66 anos, em decorrência de complicações de um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico sofrido em março de 2017. Desde então, convivia com sequelas graves, passou por várias internações e esteve afastado dos palcos nos últimos anos.

Uma vida dedicada ao samba

Nascido em 14 de setembro de 1958, no Rio de Janeiro, Arlindo Domingos da Cruz Filho iniciou sua trajetória musical ainda criança. Aos 7 anos, ganhou o primeiro cavaquinho; aos 12, já tocava de ouvido e aprendeu violão com o irmão, Acyr Marques. Estudou teoria e violão clássico na escola Flor do Méier, mas foi nas rodas de samba que encontrou seu verdadeiro caminho.
Teve como padrinho e mentor o mestre Candeia, que incentivou a gravação de seu primeiro LP, Roda de Samba, posteriormente relançado em CD.

Fundo de Quintal e sucessos marcantes

A consagração veio em 1981, quando ingressou no grupo Fundo de Quintal, substituindo Jorge Aragão. Durante 12 anos, ajudou a imortalizar clássicos como Seja Sambista Também, Só Pra Contrariar e O Mapa da Mina. Ao deixar o grupo, em 1993, iniciou uma carreira solo de igual prestígio.
Como compositor, teve obras gravadas por nomes como Zeca Pagodinho (Bagaço de Laranja) e Beth Carvalho (Jiló com Pimenta). Ao todo, mais de 550 músicas de sua autoria foram registradas por diversos intérpretes, consolidando seu nome como um dos grandes da música popular brasileira.

Legado imortal

Mesmo longe dos palcos, Arlindo Cruz permaneceu como referência e inspiração para sambistas de todas as gerações. Sua obra, marcada por poesia, melodias cativantes e profundo respeito à tradição, continuará presente nas rodas de samba e na memória afetiva de quem vive essa cultura.
A homenagem de Caetano Veloso evidencia a dimensão dessa perda: Arlindo não foi apenas um talento excepcional, mas a personificação da essência do samba moderno no Brasil.

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