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Ministros do STF dizem que Cláudio Castro está “perdido” após chacina no Rio

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL). Foto: Reprodução

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliaram que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), está “perdido” na condução da política de segurança pública após a megaoperação que deixou 64 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio. A ação, realizada nesta terça-feira (28), foi classificada como a mais letal da história do estado. Com informações do Globo.

Segundo integrantes da Corte, Castro tenta transferir responsabilidades ao Judiciário, especialmente ao STF, pelas falhas na execução da operação. O descontentamento cresceu após o governador atacar diretamente a ADPF 635, conhecida como “ADPF das Favelas”, que impôs limites a ações policiais em comunidades durante a pandemia.

Durante entrevista coletiva, Cláudio Castro chamou a decisão do STF de “maldita” e culpou o tribunal pelas dificuldades enfrentadas pelas forças de segurança.

“Ainda são o que nós chamamos de filhotes dessa ADPF maldita. Infelizmente, um partido político ingressou (com a ação) e prejudicou demais o Rio de Janeiro”, afirmou o governador, referindo-se ao PSB, autor da ação em 2020.

Castro criticou as restrições impostas pelo Supremo, dizendo que elas limitam o trabalho dos policiais e beneficiam os criminosos.

“Não pode o policial bem treinado atirar da plataforma, mas pode o criminoso usar um drone com bomba. São essas idiossincrasias que a gente vê e, infelizmente, a tentativa de politização da segurança pública arrebenta sempre no lado do policial que está lá arriscando a sua vida”, disse.

A operação

A operação, batizada de “Contenção”, mobilizou 2.500 agentes e tinha como alvo lideranças do Comando Vermelho, incluindo criminosos de outros estados que se refugiaram em comunidades do Rio. Segundo a Polícia Militar, houve confronto intenso e diversas armas e munições foram apreendidas.

Após o resultado, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) cobrou explicações do governo fluminense sobre o cumprimento das diretrizes fixadas na ADPF 635, como o uso de câmeras corporais, a presença de ambulâncias durante as ações e o respeito aos horários escolares para evitar risco à população.

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