Pelo menos 14 mineiros morreram em decorrência de inundações na região das minas de ouro no município de El Callao, no estado de Bolívar, ao sul da Venezuela. As fortes chuvas causaram desabamentos nos local onde as vítimas trabalhavam.
De acordo com as informações oficiais, o sistema nacional de gestão de riscos, composto por agências de resgate e militares, montou um posto de comando para coordenar as operações de resgate dos 14 mortos.
“As chuvas duraram cerca de duas horas e o deslizamento foi muito rápido. A água desceu de um momento para outro”, contou à agência AFP um mineiro de El Callao que pediu anonimato. Ele informou que os túneis usados pelos mineiros no trabalho se comunicam entre si e desmoronaram internamente devido à entrada de água.
“Restam umas seis pessoas presas desde domingo. Ainda há muita água, pois tem sido muito difícil retirá-la”, disse.
O prefeito de El Callao, Jesus Coromoto Lugo, informou à mídia local que as chuvas começaram no domingo por volta das 18h (19h no horário de Brasília). Segundo Lugo, o município, cujo território tem grandes quantidades de ouro, conta com cerca de 60 mil mineiros.
“Eles foram pegos de surpresa”, lamentou a governadora do estado, Yulisbeth García, em declaração divulgada por sua assessoria de imprensa. García informou que equipes de resgate estão trabalhando para drenar a água e retirar todas as vítimas.
Localizada a cerca de 800 quilômetros de estrada de Caracas, El Callao é uma comunidade cuja vida gira em torno da extração de ouro.
A região integra o Arco Mineral do Orinoco, uma faixa de 112 mil km², correspondente a cerca de 12% do território venezuelano, com grandes reservas minerais onde se combinam mineração legal e minas clandestinas.
Além de ouro, há diamantes, quartzo, ferro, bauxita e coltan. O estado de Bolívar, onde está localizada El Callao, faz fronteira com o Brasil.
*Com informações da agência AFP.
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