POLÍTICA

Maxilar, bochecha, boca, nariz e olho: as lesões de mulher espancada por ex-atleta

Igor Cabral deixou a ex-namorada com o rosto desfigurado. Foto: reprodução

O ex-atleta profissional de basquete Igor Eduardo Cabral, 29 anos, que foi preso em flagrante no último sábado acusado de tentativa de feminicídio após desferir mais de 60 socos contra a namorada dentro de um elevador em Natal (RN), causou múltiplas fraturas faciais na vítima, que está em tratamento e deverá passar por cirurgia de reconstrução nos próximos dias. Segundo exames médicos, a mulher sofreu fraturas no nariz, maxilar superior, bochechas, mandíbula e órbita ocular esquerda.

As lesões são tão graves que ela está se alimentando apenas com dieta líquida e pastosa. “Ela realmente estava muito machucada, por isso ele foi autuado por tentativa de feminicídio”, afirmou a delegada Victória Lisboa, da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher de Natal.

O crime ocorreu após um churrasco na área de lazer do prédio onde o casal estava. De acordo com o relato da vítima à polícia, Igor pediu para ver seu celular e, após encontrar mensagens que considerou suspeitas, ficou ciumento. “Ele disse que eu ia morrer”, escreveu a mulher, que não consegue falar.

A delegada Victória Lisboa detalhou a sequência dos fatos: “Ele subiu pelo elevador para tirar as coisas dele que estavam na casa dela, e ela foi atrás para conversar. Ele disse que conversaria, e queria que ela saísse do elevador. Ela, já temendo por qualquer conduta que ele poderia praticar contra ela, permaneceu dentro do elevador. Foi aí que ele entrou e agrediu”.

A violência durou menos de um minuto, mas foi tão intensa que a polícia classificou o caso como tentativa de feminicídio, e não como lesão corporal grave. O ex-atleta alegou ter tido um “surto claustrofóbico” como justificativa para a agressão.

A vítima, que está medicada em casa, publicou uma mensagem em suas redes sociais: “Agradeço toda a solidariedade e amor que todos estão me ofertando neste momento. É um momento muito delicado e eu preciso focar na minha recuperação”.

Além da violência física, a investigação revelou um histórico de abuso psicológico. A vítima relatou à polícia que, em momentos de crise emocional quando expressava pensamentos suicidas, o ex-namorado a incentivava a cometer o ato. “O grau de violência psicológica que ela estava sofrendo era muito grande”, afirmou a delegada.

Uma campanha de arrecadação criada por uma amiga da vítima já conseguiu mais de R$ 33 mil para ajudar com os custos médicos e cirúrgicos. A reconstrução facial será realizada por uma equipe de bucomaxilo do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) assim que os edemas diminuírem.

 

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