
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez um discurso nesta quarta-feira (15) em defesa da paz na América Latina e no Caribe, respondendo à declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que confirmou ter autorizado a Agência Central de Inteligência (CIA) a conduzir operações secretas em território venezuelano.
Em pronunciamento a uma comissão de soberania nacional, Maduro acusou Washington de promover “golpes de Estado orquestrados pela CIA” e mencionou os desaparecimentos durante ditaduras apoiadas por governos norte-americanos.
“Não aos golpes de Estado dados pela CIA, que tanto nos lembram os 30 mil desaparecidos pela CIA nos golpes de Estado contra a Argentina (…) Até quando golpes de Estado da CIA? A América Latina não os quer, não os necessita e os repudia”, afirmou o presidente venezuelano. Desde agosto, o governo de Trump envia navios de guerra ao Caribe sob a justificativa de combater o tráfico de drogas, enquanto Caracas denuncia ações militares ilegais.
✊🇻🇪 “NO QUEREMOS GUERRA en el Caribe ni en Suramérica” — Maduro a EE.UU.https://t.co/67uxeC4PWx https://t.co/mk7XIPHrEu pic.twitter.com/9qp3mBZbvQ
— RT en Español (@ActualidadRT) October 15, 2025
O republicano declarou mais cedo que autoriza a CIA a promover a derrubada do presidente venezuelano, abrindo inclusive a possibilidade de prisão ou assassinato de Maduro.
Durante evento do Conselho Nacional pela Soberania e Paz, Maduro disse que não haverá mudança de regime na Venezuela, “como aconteceu no Afeganistão e na Líbia, nem golpe de Estado, como a CIA promoveu no Chile ou na Argentina”. O líder esquerdista reforçou que a prioridade do governo é preservar a integridade territorial e evitar qualquer intervenção estrangeira.
Q: Why did you authorize the CIA to go into Venezuela?
TRUMP: They have emptied their prisons into the US. Prisoners from mental institutions, insane asylums … pic.twitter.com/QuaDfkNAHK
— Aaron Rupar (@atrupar) October 15, 2025
A líder golpista María Corina Machado, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz e aliada de Edmundo González Urrutia, declarou à CNN que Maduro “declarou guerra” aos venezuelanos após as eleições de 2024. “Maduro decidiu declarar guerra ao povo venezuelano, uma guerra que nós não queríamos”, disse. Ela pediu ajuda a Trump para “parar essa guerra”, alegando que “isso envolve vidas humanas”.