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Lula:“Brasil trabalha para ser membro pleno da ASEAN”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (24) que o Brasil está empenhado em se tornar membro pleno da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). A declaração foi feita após encontro com o secretário-geral da entidade, Kao Kim Hourn, em Jacarta, durante o último compromisso oficial de sua visita à Indonésia.

Nesta sexta-feira (26), Lula seguirá para Kuala Lumpur, onde participará da 47ª Cúpula da ASEAN, na Malásia, além de cumprir outros compromissos no encerramento de sua viagem pelo Sudeste Asiático.

Brasil mira maior protagonismo com a ASEAN

Durante a reunião, Lula ressaltou que o Brasil tem orgulho de ser o primeiro e único parceiro de diálogo setorial da ASEAN na América Latina. O presidente afirmou que o objetivo é fortalecer a cooperação em áreas estratégicas e ampliar o alcance econômico e diplomático do país na região.

“O Brasil trabalha para ser membro pleno. O país tem de acreditar na sua economia. Espero que a gente possa ter um entrosamento cada vez mais forte e sair com uma perspectiva muito positiva. O mundo está a exigir dos líderes políticos mais competência de negociação, mais vontade de fazer as coisas acontecerem”, declarou Lula.

O chefe do Executivo destacou ainda que os projetos de cooperação para o desenvolvimento têm aproximado as duas regiões e que há grande potencial de expansão na área de bioenergia. Ele anunciou planos para incluir, a partir de 2026, novas pautas de cooperação envolvendo saúde e educação.

Convite para a COP30 e fundo florestal

Lula aproveitou o encontro para convidar Kao Kim Hourn a participar da Cúpula de Líderes da COP30, que será realizada em Belém, nos dias 6 e 7 de novembro de 2026. O presidente comemorou a decisão da ASEAN de montar um pavilhão próprio na conferência e criar um grupo de negociação conjunto, o que deve fortalecer a posição do bloco nas tratativas climáticas.

Durante a conversa, Lula também apresentou o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), iniciativa lançada pelo Sul Global para financiar a preservação de áreas florestais. Segundo o presidente, o fundo prevê remuneração de até quatro dólares por hectare preservado, com monitoramento por satélite.

“O engajamento da ASEAN é fundamental para mobilizar apoio ao TFFF”, afirmou Lula, destacando a participação da Malásia no comitê diretivo do projeto e convidando outros países do bloco a aderirem à iniciativa.

Apoio ao Timor-Leste e expansão regional

O presidente brasileiro também celebrou a decisão da ASEAN de admitir o Timor-Leste como seu 11º membro. Lula lembrou os laços históricos e linguísticos que unem o Brasil ao país asiático, integrante da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), e reforçou o apoio de seu governo à adesão timorense.

ASEAN e o papel do Brasil

Criada em 1967, a ASEAN é formada por dez países: Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Myanmar, Singapura, Tailândia e Vietnã. O Timor-Leste será oficialmente admitido durante a 47ª Cúpula da organização.

A aproximação com a ASEAN tem se consolidado como uma das prioridades da política externa brasileira. Em 2024, o bloco se tornou o quinto maior parceiro comercial do Brasil, movimentando cerca de US$ 37 bilhões — um salto expressivo em relação aos US$ 3 bilhões registrados em 2002. O grupo também foi responsável por 20% do superávit da balança comercial brasileira, com saldo positivo de US$ 15,5 bilhões. Com Brasil 247

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