
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende destacar, em sua conversa com Donald Trump, que a tentativa golpista no Brasil não se limitou aos atos de 8 de janeiro de 2023, conforme informações do blog de Valdo Cruz, do G1.
Segundo a equipe presidencial, o petista quer mostrar que houve um planejamento mais amplo, incluindo reuniões no Palácio da Alvorada e até um plano de assassinato contra ele, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Na visão do governo, Trump foi levado a acreditar que os acontecimentos de 8 de janeiro foram apenas uma invasão semelhante à de 6 de janeiro de 2021 nos Estados Unidos, o que não configuraria um golpe. Lula quer esclarecer que, no Brasil, houve articulação para impedir a posse do presidente eleito e atacar a Justiça Eleitoral.
O presidente não pretende abordar com Trump o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) no STF, pois já afirmou que não irá discutir condenações do ex-presidente, tratando-se de um poder independente. Mas considera essencial corrigir a imagem que o republicano teria recebido sobre os fatos no Brasil.

Contato direto
A equipe de Lula defende que, antes de um encontro presencial, haja uma conversa por telefone entre os dois líderes. A expectativa é que a ligação ocorra ainda nesta semana, já que Trump mencionou a possibilidade.
Uma reunião presencial pode ser adiada para o fim de outubro, durante a 47ª Cúpula da Asean, na Malásia, da qual ambos participarão.
Mesmo com a pauta política em evidência, auxiliares de Lula avaliam que o tema comercial será central para Trump, especialmente em meio à pressão da inflação nos Estados Unidos.