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Lula tira o Brasil do Mapa da Fome e mostra novamente que justiça social exige presença estatal

O anúncio feito pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), de que o Brasil está novamente fora do Mapa da Fome, representa uma conquista emblemática da dignidade humana e comprova, de forma incontestável, que políticas públicas sólidas e guiadas pela presença ativa do Estado são capazes de transformar realidades. A declaração ocorreu nesta segunda-feira (29), durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU, realizada em Adis Abeba, na Etiópia. Com base na média do triênio 2022-2024, o Brasil reduziu a subalimentação para menos de 2,5% da população — o limite estabelecido pela FAO para exclusão do Mapa. Um marco histórico, alcançado em apenas dois anos do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O Mapa da Fome é um dos principais instrumentos globais para medir a insegurança alimentar. Para compor esse índice, a FAO considera a Taxa de Prevalência da Subnutrição (PoU), que leva em conta três fatores: a oferta total de alimentos no país, o acesso da população a esses alimentos (por meio da renda) e a ingestão mínima de calorias necessárias para uma vida saudável. A análise dos dados dos anos de 2022, 2023 e 2024 apontou que o Brasil conseguiu reduzir a subnutrição para abaixo do patamar crítico. Com isso, o país deixa, mais uma vez, a lista da vergonha que havia voltado a integrar desde 2018.

Esse resultado representa a reversão de um quadro alarmante. Dados do IBGE revelam que, em 2021, mais de 29 milhões de brasileiros viviam em situação de insegurança alimentar grave. Em 2022, o país ainda enfrentava uma das piores crises alimentares de sua história recente. Em menos de dois anos, o atual governo conseguiu retirar 24 milhões de pessoas dessa condição. A fome, que havia retornado com força durante os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, foi combatida com firmeza por meio da ação coordenada do Estado.

O contraste entre os períodos é gritante. Em 2014, o Brasil saiu do Mapa da Fome pela primeira vez, fruto de mais de uma década de investimentos em políticas como o Fome Zero, o Bolsa Família, o Sistema Nacional de Segurança Alimentar (Sisan) e o Consea, durante os governos Lula e Dilma Rousseff. No entanto, a ruptura democrática de 2016, com o afastamento da presidenta Dilma sem crime de responsabilidade comprovado, deu início a um ciclo de retrocessos. Com Temer e, depois, Bolsonaro, programas sociais foram desmontados, os orçamentos encolheram e a fome voltou a assolar o país.

O retorno ao Mapa da Fome, entre 2018 e 2020, foi reflexo direto dessa guinada neoliberal que enfraqueceu o papel do Estado e aprofundou as desigualdades. No fim de 2021, com Jair Bolsonaro no poder, mais de 10% da população brasileira encontrava-se subalimentada. Enquanto isso, o governo ignorava dados, desarticulava políticas públicas e insistia no discurso enganoso de que o “esforço individual” seria suficiente para superar a pobreza.

A reversão desse cenário exigiu coragem política e compromisso social. Sob o lema “Comer bem é um direito”, o governo Lula implementou um conjunto de ações integradas: retomou o Bolsa Família com novos parâmetros, fortaleceu o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), reativou mais de 2 mil cozinhas solidárias, ampliou o apoio à agricultura familiar e urbana, reforçou o Programa Cisternas para o acesso à água potável e valorizou os saberes alimentares de povos tradicionais e comunidades locais.

Os resultados são visíveis nos indicadores sociais. A pobreza extrema caiu para 4,4% em 2023, o menor nível da série histórica. O desemprego está em 6,6%, e a renda das camadas mais pobres cresceu mais do que a dos mais ricos. O índice de Gini, que mede a desigualdade, atingiu seu nível mais baixo em décadas. Em 2024, 98,8% das novas vagas com carteira assinada foram preenchidas por pessoas inscritas no Cadastro Único — sinal de que a população mais vulnerável está, de fato, sendo priorizada na retomada da economia.

Apesar dos avanços, uma parte significativa da sociedade brasileira ainda demonstra apoio a lideranças de extrema-direita. Esse fenômeno revela a profundidade das feridas abertas pela ruptura institucional de 2016 e pela radicalização política que veio em seguida. O bolsonarismo não gerou apenas fome: disseminou ressentimento, desinformação e contribuiu para o enfraquecimento das instituições democráticas.

A saída do Brasil do Mapa da Fome comprova que políticas públicas robustas e voltadas para a redução das desigualdades são o caminho mais eficaz para transformar o país. Ao mesmo tempo, evidencia que o modelo neoliberal implantado após o golpe de 2016, marcado por cortes sociais e privatizações, favoreceu apenas uma elite econômica, em detrimento da maioria da população. O reconhecimento da FAO é, portanto, uma prova de que a justiça social é não só possível, mas urgente.

Para que o país não volte a recuar, é fundamental dar continuidade ao projeto iniciado por Lula. Reeleger esse governo é escolher um modelo de Brasil onde todos tenham garantidos os direitos mais básicos: comida no prato, dignidade na vida e esperança no futuro. Com Brasil 247

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