
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) preserva importantes bolsões de apoio entre eleitores do Nordeste, pessoas negras, católicos e brasileiros com mais de 60 anos, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (2). O levantamento indica que 29% da população avaliam o governo como ótimo ou bom, enquanto 40% o classificam como ruim ou péssimo. Outros 29% consideram a gestão regular.
Entre os nordestinos, região historicamente alinhada ao petista, Lula registra 38% de aprovação, a maior entre todas as regiões do país. A rejeição no Nordeste também é a menor: 28%. O desempenho contrasta com os dados do Sul, onde 51% consideram o governo ruim ou péssimo, e apenas 24% aprovam.
A divisão por raça também destaca a sustentação popular entre os pretos, com 35% de avaliação positiva e 28% de negativa. Já entre brancos, a rejeição sobe para 48%. Entre pessoas pardas, 29% aprovam e 38% reprovam a administração federal. O desempenho é mais favorável entre os mais velhos: na faixa acima dos 60 anos, Lula tem apenas 30% de rejeição.

Ricardo Stuckert – agosto/2017
No recorte religioso, católicos dividem-se igualmente: 34% aprovam e 34% reprovam. Já entre evangélicos, o cenário é mais desafiador, com 55% de rejeição e apenas 18% de aprovação — uma queda significativa em relação aos 30% registrados em outubro de 2024. A distância reforça o desafio do governo com esse público específico.
A pesquisa também mostra um equilíbrio entre os mais pobres: entre quem ganha até dois salários mínimos, 34% aprovam e 33% desaprovam a gestão Lula. A avaliação negativa cresce conforme aumenta a renda. Entre os que recebem de 5 a 10 salários mínimos, a rejeição chega a 62%. No grupo com renda acima de dez salários, 57% consideram o governo ruim ou péssimo.
Realizado com 2.004 entrevistados em 130 municípios, o levantamento foi feito entre os dias 29 e 30 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para o total da amostra. Os dados indicam que, apesar da pressão em determinados segmentos, Lula mantém respaldo firme entre as bases que tradicionalmente o apoiam, sinalizando caminhos para consolidar seu governo em meio aos desafios.