
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu em agosto a liderança do Índice Datrix dos Presidenciáveis (IDP), alcançando o topo pela primeira vez desde a criação da métrica, em janeiro. A informação foi divulgada pela colunista Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo.
O levantamento, baseado em inteligência artificial, avalia o desempenho digital de possíveis candidatos à Presidência a partir das interações em redes como X, Facebook, Instagram e YouTube.
Lula registrou 24,39 pontos, uma alta de 15% em relação a julho. Naquele mês, já havia mostrado leve crescimento, impulsionado pelo chamado “tarifaço” do presidente dos EUA, Donald Trump. O avanço mais recente foi atribuído ao aumento de menções positivas e equilibradas em perfis de influenciadores, veículos de imprensa e políticos, além de um salto de 55% no engajamento em suas próprias redes. Segundo o estudo, esse movimento criou um “colchão reputacional” capaz de reduzir impactos de eventuais crises.
Em contrapartida, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que liderava o ranking em julho, caiu para a sétima posição, com 11,88 pontos — uma retração de 53%. A queda foi associada a notícias negativas envolvendo investigações da Polícia Federal e escândalos financeiros, o que provocou uma redução de 55% no engajamento digital de suas páginas.
Tensões na direita
O índice também revelou divisões entre lideranças de direita. Governadores como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ratinho Jr. (PSD-PR), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Romeu Zema (Novo-MG) passaram a ser alvo de críticas vindas de alas mais radicais do bolsonarismo. Entre eles, Zema foi o mais prejudicado: terminou agosto com IDP negativo (-1,90) após declarações consideradas xenófobas contra o Nordeste.