POLÍTICA

Júri federal nos EUA indicia James Comey, ex-diretor do FBI e crítico a Trump

O ex-diretor do FBI, James Comey, considerado um dos principais críticos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi indiciado nesta quinta-feira (25/09) por um júri federal nos EUA. Ele é acusado de falso testemunho e de obstruir uma investigação no Congresso. Comey pode pegar até cinco anos de prisão.

O ex-diretor do FBI está sendo processado por ter dado supostas falsas declarações diante da Comissão Judiciária do Senado dos EUA, em 2020. Na época, ele foi interrogado sobre o envolvimento da Rússia na primeira campanha presidencial de Trump, em 2016, que estava sendo investigado pela agência.

Comey, que esteve à frente do FBI de 2013 a 2017, foi demitido por Trump no início do primeiro mandato do republicano. Em um comunicado, o Departamento de Justiça americana afirma que Comey é acusado de cometer “infrações graves relacionadas à divulgação de informações sensíveis.”

O presidente americano comemorou a decisão e, em uma mensagem publicada em sua rede Truth Social, descreveu o ex-diretor do FBI como “um dos piores seres humanos que o país já conheceu”.

Em relatório publicado em 2019, o FBI concluiu que não havia provas suficientes do envolvimento entre Moscou e a equipe de campanha de Trump, mas destacou uma série de pressões preocupantes exercidas pelo presidente sobre a investigação.

“Não tenho medo. O medo é a arma dos tiranos”, respondeu Comey em um vídeo publicado no Instagram, após seu indiciamento. “Minha família e eu sabemos há anos o que custa se opor a Donald Trump”, afirmou. “Confio na Justiça federal e sou inocente”, acrescentou, pedindo às pessoas para “não se dobrarem” diante do presidente americano.

Desde que Trump voltou ao poder, em janeiro, a Justiça americana abriu vários inquéritos contra autoridades que se opõem ao presidente, incluindo Comey e o ex-diretor da CIA, John Brennan.

Durante a campanha presidencial, o presidente americano prometeu se vingar de seus adversários políticos e pressiona cada vez mais o Departamento de Justiça para acelerar os processos contra seus críticos. Tais medidas de retaliação preocupam a oposição democrata, que teme uma possível ameaça à separação dos poderes no país.

Em julho, Trump sugeriu que Comey e Brennan deveriam ‘prestar contas’. “São duas pessoas extremamente desonestas, dois canalhas, e talvez tenham que pagar por isso”, declarou o presidente à imprensa na Casa Branca.

Independência da Justiça

Trump não escondeu sua impaciência com a lentidão do Departamento de Justiça na abertura de processos contra outros adversários, como a procuradora-geral do estado de Nova York, Letitia James. A procuradora foi acusada por Bill Pulte, chefe da Agência de Financiamento Habitacional e aliado de Trump, de falsificar documentos relacionados a pedidos de empréstimos imobiliários.

Na semana passada, a demissão do procurador federal Erik Siebert foi anunciada poucas horas após Trump ter exigido publicamente sua saída. Segundo a imprensa americana, Siebert havia se recusado a processar Letitia James e Comey por falta de provas.

Desde então, Trump nomeou Lindsey Halligan, conselheira da Casa Branca, para substituí-lo, afirmando que a ministra da Justiça, Pam Bondi, precisava de “um procurador linha-dura” ao seu lado “para fazer as coisas andarem”.

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