POLÍTICA

Júlia Zanatta se contradiz e agora nega ter usado bebê como escudo em motim

A deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) com bebê de 4 meses no colo durante motim bolsonarista na Câmara. Foto: Wilton Júnior/Estadão Conteúdo

A deputada federal bolsonarista Júlia Zanatta (PL-SC) se contradisse e afirmou que não usou sua filha de quatro meses como “escudo” durante motim na Câmara. Em nota divulgada em seu perfil no X, nesta sexta (8), ela alegou que a bebê foi levada por estar em “idade de amamentação”.

“A presença da minha filha ontem no plenário da Câmara dos Deputados, teve um único motivo: ela está em idade de amamentação e depende de mim. Não a levei como escudo, como acusam os seres mais asquerosos da nossa política e aos que interpretaram de maneira errônea meu tuíte de ontem”, escreveu Zanatta.

Na nota, a bolsonarista ainda diz que se tornou alvo de “ataques covardes” após levar a bebê à Câmara e que a criança está sendo usada em uma “disputa política mesquinha”.

“A Câmara é, por definição, um espaço que deve ser seguro, inclusivo e representativo. Negar a uma mulher o direito de exercer plenamente seu mandato, sem abrir mão da maternidade, é negar a própria Constituição”, prosseguiu.

Em um post publicado no mesmo perfil na última quarta (6), Zanatta admitiu que estava “usando SIM uma criança como escudo” (sic). Na ocasião, ela afirmou que as críticas não partiam de pessoas “preocupadas com a integridade da criança”, mas por quem quer “inviabilizar o exercício profissional de uma mulher”.

O episódio ocorreu durante a ocupação do plenário da Câmara por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, em protesto contra decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O grupo de parlamentares, incluindo Zanatta, sentou-se na mesa da presidência da Casa, impediu votações e fez transmissões ao vivo.

A deputada apareceu com a filha nos vídeos e chegou a pedir, em rede social, que alguém levasse uma fralda para trocar a criança no plenário.

Diante da exposição, o deputado Reimont (PT-RJ), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, acionou o Conselho Tutelar de Brasília. No ofício, afirmou que a atitude da parlamentar “pode configurar situação de exposição indevida de uma criança a risco”, e citou o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) ao pedir apuração dos fatos.

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